A nona edição da ExpoÉgua, que devia decorrer em meados deste mês na Golegã, foi cancelada. A comissão executiva da feira tomou essa medida após ter sido confrontada com a recusa dos criadores de equinos em participar no evento. Essa posição de força surge como mais uma acção de protesto contra o Ministério da Agricultura. Na base da retaliação está a recusa do ministro em pagar os subsídios a todos os agricultores que cumpriram as medidas agro-ambientais a que se candidataram em 2005. Uma situação que já motivou manifestações em muitos pontos do país.Perante esse cenário, o presidente da Câmara da Golegã, José Veiga Maltez (PS), que é também líder da comissão executiva da ExpoÉgua, escreveu no dia 26 de Abril aos criadores habitualmente participantes dando conta da suspensão do certame e das razões que a motivaram.Embora duvide que a posição da Associação Portuguesa de Raças Selectas (que representa os criadores de equinos) possa trazer “as consequências desejadas”, Veiga Maltez diz compreender essa decisão e deixa mesmo uma palavra de apoio à luta dos agricultores.“(...) respeito a tomada de decisão e solidarizo-me com todos os agricultores, criadores de cavalos ou não, na minha qualidade de presidente da Câmara Municipal da Golegã, cujo concelho tem como principal riqueza o sector primário”, escreve o autarca. Veiga Maltez revela ainda que a edição deste ano começou a ser programada com maior antecedência, com o objectivo de as éguas e poldras serem seleccionadas e preparadas atempadamente para a mostra, que faz parte do calendário nacional de exposições e concursos de equinos.Na mesma missiva, o autarca, que é também criador de cavalos, deixou ainda o convite para a habitual romaria dos romeiros de São Martinho, que no dia 20 de Maio partirá da Golegã até São Caetano. A romaria, a cavalo ou de carro de cavalos, integrava o programa habitual da ExpoÉgua.O MIRANTE pediu um comentário ao gabinete do ministro da Agricultura, não tendo recebido qualquer posição até ao fecho desta edição.