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Centenário de Braz Ruivo assinalado em Santarém

Quadros do pintor expostos no edifício dos Paços do Concelho

A Câmara de Santarém homenageou a 3 de Maio o pintor escalabitano Augusto Braz Ruivo que, se fosse vivo, completaria nesse mesmo dia 100 anos de vida.

Augusto Braz Ruivo nasceu em Santarém, na Praça Sá da Bandeira, no coração do centro histórico, a 3 de Maio de 1906. Foi dos primeiros artistas plásticos a realizar o levantamento monumental da cidade pela sua própria mão, com quadros onde o rio Tejo e a paisagem rural estavam quase sempre presentes.Autodidacta, o pintor escalabitano formou-se na Sociedade Nacional de Belas Artes e a sua produção engloba-se na chamada escola naturalista. Iniciou-se na pintura com 15 anos, sob a orientação de António Saúde.Sempre muito ligado à defesa do património local, Augusto Braz Ruivo colaborou no restauro da igreja do antigo Hospital da Misericórdia e ilustrou várias monografias sobre a cidade. “Santarém, História e Arte”, de Veríssimo Serrão; “Santarém no Tempo”, de Virgílio Arruda”; e “Santarém, História e Lenda”, de Eugénio de Lemos, são alguns exemplos.Na década de 60 do século XX, já aposentado, idealizou compor uma série de quadros à pena sobre a Quinta de Vale de Lobos, onde viveu Alexandre Herculano. Era a forma de homenagear o escritor no centenário da sua morte, em 1977, mas não concretizou a totalidade desse projecto.A Câmara de Santarém viria no entanto a comprar esses quadros, com desenhos a sépia e em verde, que estão agora expostos na Sala dos Azulejos, junto ao Salão Nobre, no primeiro piso do edifício dos Paços de Concelho.Na cerimónia de homenagem e inauguração da exposição, que decorreu no Salão Nobre, o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, classificou o pintor escalabitano como “o mais ilustre pintor do naturalismo português”.“Braz Ruivo faz parte de uma galeria de pintores que hoje é referência histórica das nossas experiências pictóricas. Faz parte de uma comunidade scalabitana muito vincada e conseguiu celebrizar a sua cidade, as ruas e as praças a sua cidade e transformá-la numa imortalidade”, acrescentou o autarca para uma sala cheia, onde se destacavam na primeira fila a esposa e vários familiares do pintor.O professor e historiador Veríssimo Serrão, amigo do pintor, a quem acompanhou nos desenhos que fazia de monumentos e igrejas de Santarém, defendeu que a cidade deve uma parte do seu conhecimento no país e no estrangeiro ao carinho que Braz Ruivo teve pela sua terra natal. “Era um enamorado dos monumentos e belezas de Santarém”.A obra de Augusto Braz Ruivo, que faleceu a 6 de Novembro de 1983, nunca foi alvo de uma análise específica. O seu espólio está patente em várias colecções particulares e públicas, encontrando-se em vários equipamentos públicos de Santarém, Alpiarça e Setúbal.A exposição agora inaugurada nos Paços do Concelho de Santarém é aberta ao público, sendo aconselhável a marcação da visita.

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