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O spa dos pobres

O spa dos pobres

Caminhadas, corridinha, hidroginástica e ginásio para manter a forma

Cuidar do corpo e da alma está ao alcance de todos. Os passeios ribeirinhos, circuitos de manutenção, piscinas e ginásios públicos são os spas dos pobres

Jacuzzi, sauna, banho turco e escocês, duche Vichy calmante, aromaterapia, massagens terapêuticas, tratamentos de alívio do stress, thalasso, hidroterapia. Nomes pomposos para tratamentos que prometem tratar o corpo e a alma. Terapias que se multiplicam um pouco por todo o país, mas que estão longe de chegar à maioria dos portugueses. São os chamados spas que ao pomposo dos nomes dos serviços que oferecem se junta o elevado preço a pagar. Por isso, quem tem o orçamento limitado, procura alternativas a baixo custo ou mesmo a custo zero. O jogging, as caminhadas, a hidroginástica e a natação são as terapias para manter o corpo e a mente sãos. Uma alternativa para quem tem que fazer contas à vida. Há cerca de um mês Olívia Silva e Maria Filomena começaram a praticar as suas caminhadas. De segunda a sexta-feira, sempre da parte da manhã e durante uma hora, percorrem parte de Vila Franca e terminam a caminhada no Jardim Municipal Constantino Palha. Ambas decidiram praticar exercício por conselho médico, que “mandou andar, mas sem cansar”, diz Maria Filomena, de 46 anos. Olívia Silva, de 68 anos, para além das caminhadas faz também alguns exercícios quando acorda. É com esta combinação que pretende manter-se em forma, sobretudo agora que está a chegar o Verão. E “o melhor de tudo é que não tenho que gastar dinheiro”, sublinha. Maria Claudina Vasconcelos, de 64 anos, é categórica: “para que é que vou gastar um dinheirão em ginásios ou coisas assim se posso fazer o mesmo num espaço ao ar livre, com um arvoredo como este?” O espaço a que se refere é o Jardim Municipal de Vila Franca onde todos os dias vem caminhar durante 45 minutos. Há já vários anos que o faz e, diz, “sem dúvida que me sinto muito melhor”. Para “descansar, relaxar e recarregar baterias” Maria Claudina frequenta ocasionalmente estâncias termais, já que precisa de energia porque “os reformados com netos têm muito trabalho”. Os equipamentos municipais vocacionados para a prática do desporto são os eleitos entre os que procuram manter-se em forma sem pagar por isso. O circuito de manutenção da Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria, e o passeio ribeirinho de Alhandra são dois exemplos disso. Francisco Borges, de 41 anos, não dispensa o seu jogging dos sábados de manhã no circuito de manutenção da Quinta da Piedade. Há cerca de seis meses começou a praticar para “me sentir bem, por dentro e por fora”. Sobre as vantagens do jogging diz que o “contacto com a natureza” é o que mais aprecia.A busca do equilíbrio entre o corpo e mente é também o que leva Manuel Gonçalves, de 49 anos, ao circuito da Quinta da Piedade. Aos sábados de manhã faz caminhadas e exercita-se nos equipamentos espalhados pelo circuito, enquanto procura incutir no filho de sete anos o gosto pela prática desportiva. Inaugurado há pouco mais de um ano o passeio ribeirinho de Alhandra é procurado por quem quer correr, caminhar, andar de bicicleta ou passear o cão. João Barriguinha é de Alverca, mas sempre que pode vem a Alhandra para caminhar junto ao rio num ambiente agradável. Os ginásios não lhe agradam por ter que estar “fechado numa sala” e, além disso, caminhar “é de borla”. João Barriguinha aproveita também o passeio ribeirinho para conviver com o filho pequeno que traz muitas vezes para andar de bicicleta.Carla Matias, de 32 anos, é uma “amante da natureza” e por isso, refere, “não trocaria por nada este contacto com o rio”. Para Carla as manhãs de sábado e domingo são passadas a correr cerca de uma hora para “enfrentar melhor a semana de trabalho”. Terapia na águaAs qualidades da água são reconhecidas por todos e, por isso, muitos são aqueles que a procuram, seja para curar a alma ou o corpo. Angelina Silvério, de 57 anos, começou a frequentar as aulas de hidroginástica das Piscinas Municipais de Vila Franca há mais de cinco anos por indicação médica. “Tenho osteoporose e desde que comecei a hidroginástica que estou melhor, ajuda a criar massa nos ossos”, explica. Depois de mais de oito horas por dia sentada à secretária, Clara Barbosa, de 38 anos, divide o seu tempo livre entre as aulas de natação e a hidroginástica. “Em termos de saúde, notei muitas melhorias”, diz. E acrescenta que para relaxar não há melhor do que a água.Uma cirurgia ao coração, há cerca de um ano, obrigou Maria de Lurdes Silva, de 64 anos, a ter que praticar exercício. A escolha recaiu sobre a hidroginástica, por ser a actividade mais agradável. Desde então vem-se sentindo melhor e diz, agora só falta “porem aí umas pessoas a fazer massagens. Isso é que era muito bom!” É que o “balúrdio” que custam as massagens em centros de estética ou spas não é para o bolso de Maria de Lurdes.Sara Cardoso
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