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Setenta trabalhadores no desemprego

Setenta trabalhadores no desemprego

CLC não renova contrato com empresa responsável pelo enchimento das botijas

A Companhia Logística de Combustíveis rescindiu contrato com a empresa que enche as garrafas de gás, empurrando cerca de 70 pessoas para o desemprego.

Cerca de 70 funcionários da empresa Gesqua, subcontratada pela Companhia Logística de Combustíveis (CLL) de Aveiras de Cima, Azambuja, para o enchimento de garrafas de gás, estão à beira do desemprego.A CLC rescindiu o contrato de prestação de serviços com a empresa que laborava há cerca de seis anos na companhia de combustíveis, o que espoletou um processo de despedimento colectivo.O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas (Sinquifa) não tem dúvidas de que as substâncias químicas que provocaram indisposições aos funcionários, impedindo-os de trabalhar normalmente, estão na origem da decisão da empresa (ver caixa).“Em Junho de 2005 ocorreram situações que provocaram problemas na saúde dos trabalhadores e por isso a CLC tomou a atitude de renunciar ao contrato. Não temos dúvidas que foi por causa desses problemas que são responsabilidade da CLC, que é quem fornece o gás”, sublinha José Manuel Pereira, dirigente do Sinquifa.Para o sindicalista não faz sentido que a CLC continue a subcontratar o serviço de enchimento de garrafas de gás, quando o poderia fazer directamente. “Este trabalho deveria ser garantido directamente pela CLC. Não é uma actividade sazonal. É uma actividade continuada de três empresas: Galp Energia, da Bp e da Repsol”.Para o responsável a empresa parte de um princípio incorrecto. “Usando uma prerrogativa legal, que do nosso ponto de vista está errada, utiliza a contratação de serviços e depois acontecem situações destas. Quando há a renúncia do contrato a empresa prestadora de serviços é obrigada a despedir os trabalhadores”, argumenta.Os trabalhadores já foram notificados para o despedimento e já receberam a informação sobre o valor da indemnização a receber. O sindicato, que reuniu com os trabalhadores na tarde de sexta-feira, está a tentar dialogar com os accionistas da empresa a fim de esclarecer o futuro dos funcionários.E promete avançar em última instância com acções no tribunal para salvaguardar os interesses dos funcionários, que a esta altura não têm ainda garantias de vir a ser reintegrados na empresa que substituirá a Gesqua. Além de garantir a continuidade do emprego, o sindicato quer também que os accionistas garantam o acompanhamento médico e tratamento medicamentoso dos trabalhadores afectados pela inalação das substâncias químicas.Contactado pelo nosso jornal o presidente do Conselho de Administração da CLC, Manuel Ramalhete, nega que os incidentes com gás que provocaram as indisposições aos funcionários tenham motivado a decisão da empresa.“O contrato com a Gesqua termina a 30 de Junho de 2006. Este contrato, que começou  em 2000, inicialmente  por um período de 3 anos, teve 3 renovações anuais posteriores. Dada a alteração da estrutura concorrencial deste negócio, a CLC entendeu fazer uma consulta ao mercado”, justifica o responsável na resposta enviada por e-mail.  A CLC não sabe ainda qual a empresa que substituirá a Gesqua uma vez que a consulta ao mercado está ainda em curso. O responsável garante que a CLC valoriza “a experiência e o empenho demonstrado pelos trabalhadores ao longo destes anos”, mas não garante a que a futura empresa reintegre os trabalhadores. “A decisão final cabe ao operador que vier a ser seleccionado”, sublinha.Ana Santiago
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