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José Luiz Fartaria é o diácono da Chamusca

José Luiz Fartaria é o diácono da Chamusca

Homens casados e com filhos podem presidir a casamentos, baptizados e funerais
Nove homens casados e com filhos estão habilitados a presidir a casamentos, baptizados e funerais segundo o ritual católico no território da diocese de Santarém. Os primeiros “diáconos permanentes” da diocese foram ordenados a 7 de Maio na Igreja de Santa Clara em Santarém, numa cerimónia presidida pelo Bispo Manuel Pelino Domingues. Um deles é da Chamusca.São homens comuns, bem sucedidos no plano familiar e profissional, e com um percurso de vida já muito ligado à Igreja. Todos propostos ao Bispo pela comunidade e pelos párocos da diocese. Entre eles está, para alem do bancário reformado da Chamusca, um presidente de junta do concelho da Golegã e um advogado de Vila Nova da Barquinha.Aos 60 anos de idade, José Luiz Fartaria foi um dos nove homens que aceitou o desafio do ministério do diaconato na diocese de Santarém. O padre José Abílio, responsável pela formação dos diáconos diz que há vinte anos ninguém diria que ele pudesse um dia vir a ser diácono: “É um homem com um percurso de vida extraordinário e com uma história que impressiona. Este foi um desfecho imprevisível, mas com certeza o mais natural”.Considerado “um marido excepcional, um pai fantástico e um grande amigo”, José Luiz Fartaria é tido como “um homem humilde, com uma capacidade especial de relação com os outros”, que conduz a vida com descrição. Uma descrição tão grande que foi impossível a O MIRANTE falar com ele sobre esta nova etapa da sua vida. Como diz o povo, um grande homem tem sempre por detrás “uma grande mulher”. A esposa Maria José, foi fundamental para ele ter alcançado a condição de diácono: “A esposa ajudou-o muito a amar a Igreja. Não o influenciou, mas teve um papel muito importante nesta decisão. Ela própria é um exemplo de serviço à Igreja: é a directora da catequese”, explica o padre José Abílio que é pároco da ChamuscaOs diáconos permanentes podem presidir a casamentos, baptizados e funerais. E devem servir de ponte entre a Igreja e o mundo, estabelecendo uma relação de proximidade com a comunidade, que favoreça a transmissão dos ideais da Igreja Católica. O facto dos diáconos serem casados, terem filhos, exercerem uma profissão e não poderem presidir à eucaristia, nem exercer os actos de confissão, são os factores que os distinguem dos sacerdotes, seus superiores na hierarquia da Igreja.As mulheres não podem ascender ao diaconato. No entanto os homens que pretendam tornar-se diáconos necessitam do consentimento das esposas.O padre José Abílio a quem coube preparar nove homens casados e com filhos para o ministério do diaconato diz que viveu momentos de partilha indescritíveis. “Foi uma experiência riquíssima do ponto de vista espiritual. Criou-se um ambiente de amizade e cumplicidade muito grande. Caminhámos juntos, para alcançar um objectivo comum”, conta o padre José Abílio.Durante três anos, os candidatos a diáconos tiveram aulas duas vezes por semana na Escola Diocesana de Teologia (Santarém), onde obtiveram formação geral acerca dos ideais da religião católica. Uma forma de os aproximar da realidade da igreja e de os preparar para enfrentar os serviços que lhes vão ser confiados, entre os quais, presidir a casamentos, baptizados e funerais.“O principal objectivo foi tentar perceber como é que podíamos ir ao encontro do homem e da mulher de hoje, numa cultura tão fragmentada que começa a afastar-se gradualmente das questões espirituais. Actualmente, tudo quanto cheira a religioso parece que é retrógrado e é preciso mudar essa mentalidade”, explica o padre José Abílio. Agora, os nove diáconos vão iniciar uma fase de iniciação ao ministério do diaconato. Um estágio na paróquia que representam, “numa ligação muito próxima com o pároco”. Carla Paixão
José Luiz Fartaria é o diácono da Chamusca

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