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Cátia Gouveia

18 anos, empregada de balcão, Aveiras de Cima – Azambuja

“O casamento é acima de tudo um negócio. Se as pessoas gostam uma da outra basta viverem juntas. O casamento é só assinar um papel para oficializar a união. É só a festa. E uma relação deve ser muito mais do que isso”.

Gosta de largadas de toiros?Sim. Muito. Costumo ir às largadas de toiros da Feira de Maio em Azambuja. Moro em Aveiras de Cima, mas é perto e estou lá sempre batida. Não falho uma. Gosto dos toiros, mas também gosto do divertimento na feira. Já alguma vez andou de cavalo?Nunca. Tenho medo (risos). Gosto de ver, mas não arrisco montar. Nem faz parte dos meus planos, confesso…Acredita na vida espiritual?Sim. Há coisas a que já assisti no meu dia a dia que me levam a pensar assim. Acredito em anjos e santos. Acredito que existem espíritos maus e espíritos bons. Em tudo existe um lado positivo e um lado negativo.O casamento está a sair de moda?Acho que sim. O casamento é acima de tudo um negócio. Não faz parte dos meus sonhos casar. Se as pessoas gostam uma da outra basta viverem juntas. O casamento é assinar um papel para oficializar a união. É só a festa. E uma relação deve ser muito mais do que isso. Já alguma vez pediu o livro de reclamações?Não. Houve alturas em que não fui atendida como deveria, mas não cheguei a pedir o livro de reclamações. Compreendo que todas as pessoas têm os seus humores. Eu tenho, você tem. Há dias e dias e temos que compreender a posição de quem está atrás de um balcão.Os imigrantes têm demasiadas oportunidades em Portugal?Os imigrantes têm tanto direito em melhorar a vida como os portugueses que emigraram lá para fora à procura de dias melhores. Também merecem uma oportunidade. O que acho mal é serem explorados por muita gente só por serem estrangeiros. São ucranianos e brasileiros, mas têm direito à vida. Muitos deles sujeitam-se a mais que os portugueses e acho que merecem mais. Porque é que as mulheres adiam cada vez mais a maternidade?Compreendo que as mulheres adiem cada vez para mais tarde a maternidade. Eu posso dizer que adio porque não tenho condições materiais. Nem estou preparada ainda. Até aos 30 anos tenho tempo para pensar nisso.Qual deveria ser o ordenado mínimo?O ordenado mínimo já deveria ter chegado aos 400 euros. Não é suficiente, mas os portugueses estão habituados a viver assim e o dinheiro tem que ir esticando até ao final do mês.Têm algum livro de cabeceira?Costumo espreitar os livros das orações e dos salmos. Leio um pouco de tudo… Tiro ensinamentos para o dia a dia. E força para lidar com as situações que surgem.Há licenciados a mais?Acho que sim. Não vale a pena andar a tirar uma licenciatura. O mercado está péssimo. Os empresários vão buscar quem não tem cursos. Pagam menos e ficam mais ou menos bem servidos. Eu só fiz o nono ano e não tenho pena de não ter seguido os estudos.Porque é que a escola não a motivou?Era para ir tirar um curso profissional na área da hotelaria. Acabei por desistir. Com o nono ano não temos trabalhos muito bons, mas cá nos vamos arranjando. Trabalho durante a manhã na loja e à tarde numa pastelaria em Aveiras de Cima. E também ao fim de semana e feriados. Tenho o domingo para descansar.

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