uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

“Fui para o estrangeiro prematuramente”

Acredita que podia ter ficado entre os primeiros na Volta à França
Além das 4 voltas a Portugal também correu no estrangeiro. Como foi essa experiência?Fui para o estrangeiro um pouco prematuramente, em 1980. Tinha acabado de perder uma volta por doping no Lousa, e o Agostinho convidou-me para ir para a equipa dele. Fui mas tinha 23 anos. Era um puto. Tinha acabado de casar e ser pai, estava no início de vida, tinha saído da tropa em Junho desse ano e de repente vou para um mundo diferente.Custou muito a adaptar-se a França?Até me adaptei bem. Fiz uma série de corridas e estava a ter uma evolução muito boa mas vim a Portugal e apanhei papeira. Estive perto de três semanas sem poder sair de casa. Parei a preparação e foi um retrocesso muito grande. Mesmo assim acabei por ir à Volta a França e acabei em 41º. A cinco dias do fim da volta era 22º e entraria seguramente nos 20 primeiros na primeira vez que fui lá trabalhar para o Agostinho, que foi quinto nesse ano. Só que ele teve uma gripe quase no fim e numa etapa duríssima eu fiquei para trás uma série de vezes para o ajudar a recolar.Em 1984 pelo Sporting as coisas ainda correram pior…Sim. O Agostinho voltou ao Sporting para dar projecção à equipa e irmos à Volta a França mas ele morreu, em Maio, no Algarve. Foi um ano horrível. Fomos à Colômbia e nem pude ir ao funeral dele. Ao quarto dia de lá estarmos tivemos a notícia da morte e acabei por me vir embora e nem acabei a Volta à Colômbia. Foi das coisas mais marcantes para mim.Mas foram à mesma à Volta a França?Fomos mas não nos preparámos minimamente e levámos uma tareia. Acabei em sessenta e tal e sabe Deus como. Só tivemos uma coisa boa que foi o Paulo Ferreira ter enganado um francês e ganho uma etapa.Acha que tinha condições para ter tido mais sucesso na carreira internacional?Eu era um corredor jeitoso mas a nível internacional nunca ia ganhar a Volta a França. Estou convencido que tinha condições para um dia, aos 28 ou 29 anos, fazer nos dez primeiros da Volta a França ou nos cinco primeiros da Volta a Espanha, mas mais do que isso acho que não. Naquela época havia vinte corredores de alto nível.

Mais Notícias

    A carregar...