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Vila Franca aproxima cidadãos

Presidente da junta defende maior autonomia da freguesia
José Fidalgo Gonçalves nasceu em Trás-os-Montes, mas foi em Vila Franca que despertou para o poder local. Ergue a bandeira da freguesia e os seus olhos não escondem o orgulho de ajudar a construir uma cidade moderna sem esquecer as tradições. “Gostamos de quem gosta de Vila Franca” é a frase que exprime a sua forma de estar na gestão da autarquia.Nesta entrevista, José Fidalgo defende a aproximação dos cidadãos, maior autonomia para as freguesias e uma nova lei de financiamento. Confessa que não trocava o seu lugar por outro na câmara municipal. “Os eleitos de freguesia têm amor à camisola”, conclui.Quais são os grandes desafios de Vila Franca no futuro imediato?Temos de fazer uma grande aposta na qualidade. Diminuir a distância entre a autarquia e os cidadãos e aumentar a eficácia dos nossos serviços. Costumo dizer que queremos construir uma freguesia com o envolvimento de todos.A junta de freguesia tem conseguido despertar os cidadãos para uma maior participação cívica?O Gabinete de Imagem da Comunidade tem feito um bom trabalho de envolvimento, mas concluímos que são sempre as mesmas pessoas que se envolvem nas actividades. As pessoas vivem muito fechadas em si próprias e o stress do quotidiano deixa pouco tempo para a família e para a vivência em comunidade.Está desiludido...Não estou nada desiludido, antes pelo contrário. Temos o exemplo do sítio da junta na Internet. Tivemos de alargar a capacidade do espaço para sugestões, críticas e reclamações porque houve uma enorme participação. Vamos ter uma maior capacidade de resposta em breve. Vila Franca ainda é uma cidade com identidade cultural?Temos um diagnóstico muito positivo. Quem gosta de Vila Franca defende esta freguesia. O sentido de comunidade e a participação activa estão mais marcados em lugares como Loja Nova, À-dos-Bispos, Bairro da Mata ou Bairro do Paraíso, mas também existe na cidade.Há um sentir da comunidade e uma vontade de intervir. Vila Franca é das freguesias do concelho a que tem maior identidade. Mais de metade dos residentes trabalha na freguesia.Mas há uma tendência para se alterar essa situação?Temos de contrariar essas mudanças com políticas de proximidade e construindo uma região de baixo para cima apostando na unidade na diversidade. É fundamental preservar a identidade desta freguesia e o papel dos cidadãos é muito importante.De que forma?Com uma participação activa nas acções de desenvolvimento da comunidade e uma consciência crítica que ajude a fazer melhor. Defende um maior reforço da acção das freguesias com novas competências e atribuições?As freguesias têm todas as potencialidades e têm uma vantagem em relação aos municípios porque são geridas por amor à camisola.O reforço das competências, atribuições e recursos é uma questão de tempo. Todos os dias trabalhamos com esse objectivo. Quando ganhamos uma batalha aparece logo outra.Uma freguesia é uma comunidade local e é inevitável que venha a ter competências próprias e não delegadas. A delegação de competências é uma coisa estranhíssima.A necessidade da câmara ter um critério “equilibrado” para a distribuição das verbas pelas onze juntas não pode ser penalizadora do mérito das freguesias mais dinâmicas?O que é fundamental é uma nova Lei das Finanças Locais que contemple também as freguesias com respeito pela sua autonomia.Estamos mais próximos e conseguimos ter um serviço mais eficaz. É preciso cortar este cordão umbilical com a administração central e criar a autonomia do poder local. As freguesias podem fazer com maior eficácia e menos custos.Os seus projectos políticos passam apenas pela junta de freguesia?A causa comunidade é o mais importante. O meu objectivo é colocar Vila Franca num patamar superior e dar continuidade à luta travada pelos autarcas que por aqui passaram e duma forma desinteressada e com forte entrega serviram esta freguesia. Há eleitos que ganham apenas um valor irrisório pela senhas de presença. É o amor à camisola e o interesse pela freguesia que nos move. O desenvolvimento económico de Vila Franca está dependente da logística e da indústria. É possível conciliar esta estratégia com o aproveitamento do turismo ligado ao rio e ao ambiente?A logística não está apenas associada aos transportes. É um conjunto de serviços que pode ajudar as desenvolver o concelho aproveitando a sua localização e as suas condições naturais. Se houver um bom planeamento é possível articular as várias formas de desenvolvimento como demonstrou o estudo apresentado recentemente e que penso que é um dos instrumentos mais importantes dos últimos vinte anosNelson Silva Lopes

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