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Família brasileira à espera de notícias

Câmara de Abrantes abriu concurso público para gestão da Quinta da Feteira

A Câmara de Abrantes abriu concurso para a exploração e gestão da Quinta da Feiteira mas o caderno de encargos não faz referência à família que vive no local.

A Câmara de Abrantes lançou um concurso público para cedência e utilização da Quinta da Feiteira. O objectivo é que o vencedor venha a gerir desportiva e financeiramente o espaço, obrigando-se ao desenvolvimento de uma escola de equitação.O mesmo objectivo, aliás, que prevaleceu no protocolo que a autarquia assinou com a Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos do Alto Ribatejo (ACPCAR) há cerca de uma década. E que foi denunciado no início deste ano devido à dissolução da associação (ver edição de 15 de Março último de O MIRANTE).Apesar de procurar solucionar a questão das aulas de equitação, rentabilizando em simultâneo o espaço, subsiste a dúvida quanto ao futuro da família brasileira que vive na quinta. Que parece “esquecida” pelo município. O caderno de encargos do concurso, que termina a 6 de Junho, com abertura das propostas dois dias depois, não faz qualquer menção à família que ali reside. E que passará a ser responsabilidade de quem assumir a gestão da quinta.Manuel Jorge Valamatos, o vereador com o pelouro do desporto na Câmara de Abrantes, confirmou ao nosso jornal que o caderno de encargos não faz referência à família do ex-tratador de cavalos da associação. O vereador minimiza a questão, referindo que quem ficar com a gestão da quinta deverá querer manter o ex-tratador. De outro modo, adianta, o município terá de encontrar uma solução para a família brasileira. “Temos estado em contacto com a família e parece-nos que eles também querem resolver o problema de forma pacífica”.Além disso, diz Manuel Jorge Valamatos, o facto de a família continuar ali a residir “garante algum equilíbrio e segurança à quinta”.Roberto Sousa, ex-tratador dos cavalos da ACPCAR, desmente que a câmara tenha mantido contactos com a sua família. “Desde que a associação se foi embora mais ninguém da autarquia falou connosco sobre a questão de continuarmos aqui”, refere.Há cerca de um mês que o antigo tratador – que magoou um braço quando tratava de um cavalo – trabalha como motorista na Junta de Freguesia do Rossio ao Sul do Tejo, tendo feito um contrato por seis meses. “Tiveram pena de mim e como já consigo mexer o braço deram-me este emprego”.Roberto Sousa diz também que nos últimos meses só viu duas pessoas da câmara na quinta. A assistente social foi-lhes perguntar se precisavam de roupa e “um engenheiro” foi trocar o cadeado do portão, dando-lhe uma nova chave.“Só saímos daqui se nos derem ordem de despejo”, afirma o ex-tratador, adiantando que tanto a sua advogada como o consulado do Brasil em Lisboa o aconselharam a não deixar a habitação.“Foi a associação que me cedeu a casa, numa quinta que é da câmara. A associação acabou e a câmara é que tem de resolver o problema. Eu não me importo que me arranjem outra casa e até estou disposto a pagar parte da renda, mas não saio daqui sem ter para onde ir”, diz Roberto Sousa.Que se mostra preocupado em relação à vinda de um novo inquilino para a quinta. “O problema é que os concorrentes não sabem que aqui estamos e podem querer mandar-nos embora”.Margarida Cabeleira

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