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Energia nuclear é a alternativa ao petróleo

Energia nuclear é a alternativa ao petróleo

Especialistas deixam pistas em mais uma edição das Conversas do Vale do Tejo
Não há que ter receio da energia nuclear. Foi esta a mensagem deixada pelos dois especialistas na matéria, presentes nas VII Conversas do Vale do Tejo. Um debate promovido pela Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT), que juntou dia 23 de Maio os professores universitários Clemente Pedro Nunes e Pedro de Sampaio Nunes, na alcaidaria do castelo de Torres Novas.Unânimes na defesa da energia nuclear como alternativa à dependência do petróleo, os dois especialistas defendem a urgência de contrariar “problemas políticos e psicológicos”, para que se consigam ultrapassar as dificuldades económicas que o país atravessa e fazer face à “catástrofe” energética que tende a agravar-se. Muito por culpa de uma má utilização desse recurso, dizem.“Temos consumido mal a energia. A indústria tem sido eficiente, mas há um crescimento naquilo a que podemos chamar energia de conforto ou de esbanjamento. Refiro-me ao ar condicionado nos carros ou nos centros comerciais”, refere Clemente Pedro Nunes.O peso da factura energética atinge actualmente os 60 por cento no défice do país. Uma situação que tem vindo a agravar-se graças aos consecutivos aumentos no preço do petróleo. O que leva os portugueses a pagarem adicionalmente seis mil milhões de euros por ano devido a essa variação, desde há seis anos.Perante este panorama, Pedro de Sampaio Nunes não tem dúvidas de que a energia nuclear será a grande alternativa à dependência do petróleo, permitindo produzir energia a preços competitivos, sem emissões poluentes para a atmosfera. E, segundo o especialista, sem qualquer problema de segurança.“O único acidente que houve com a libertação de radioactividade para o exterior passou-se com Chernobyl, que era uma central de primeira geração. Todos os reactores desse tipo já foram desmantelados e hoje, com os reactores de segunda geração e sobretudo com os de terceira geração, o índice de segurança pode ser dez vezes superior. Podemos dizer com tranquilidade que esse não é hoje o problema da central nuclear”, defende Pedro de Sampaio Nunes.E se as questões de segurança não se colocam, o problema com a localização de uma futura central nuclear também não deve ser, segundo os dois especialistas, motivo de preocupação. Ambos concordam que a central pode ser construída em qualquer ponto do país. Apesar de defenderem o interior, pela “vantagem competitiva” do mercado espanhol no que se refere à energia.Protocolo de Quioto com limites demasiado exigentes para Portugal O ex–secretário de Estado da Ciência e Inovação, Pedro de Sampaio Nunes, afirma ainda que a instalação de uma única central nuclear iria produzir o mesmo que as duas centrais de carvão, as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito de estufa em Portugal. E adianta que caso o Governo não dê parecer positivo à energia nuclear “estamos metidos numa alhada”. Porque “somos dos países que produz menos dióxido de carbono (CO2), e não podemos aumentar” as emissões devido aos limites impostos pelo Protocolo de Quioto.Segundo os dois especialistas, os constrangimentos dos acordos de Quioto são “demasiado exigentes” para o país e estão a “asfixiar a economia nacional”.“Dada a gravidade da nossa situação económica, nós não devemos prescindir da hipótese de, pelo menos, depois de 2008 ameaçarmos sair de Quioto”, defende Clemente Pedro Nunes, para quem a única alternativa seria a aposta na energia nuclear.Carla Paixão
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