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“Há uma grande mentira no futebol distrital”

Presidente do Fazendense critica quem promete o que sabe que não pode pagar

O presidente do Fazendense não tem papas na língua. Em entrevista a O MIRANTE, Botas Moreira aponta o dedo a quem promete o que não pode pagar e diz que ninguém devia poder inscrever jogadores sem ter as contas em dia. Para a próxima época o Fazendense aposta na continuidade do plantel que na época passada terminou o campeonato em segundo lugar.

A organização e contenção financeira são palavras de ordem do presidente da Associação Desportiva Fazendense, António Botas Moreira, que há 18 anos preside aos destinos do clube de Fazendas de Almeirim.“Nós não entramos em loucuras mas há clubes a oferecer aos jogadores o que sabem que não vão poder pagar. É uma concorrência desleal, que nós contornamos com a honestidade e honrando religiosamente todos os compromissos que assumimos, não ficamos a dever nada a ninguém”, garantiu o dirigente.Essa fórmula valeu o segundo lugar no Campeonato Distrital da Primeira Divisão da época passada e é com ela que Botas Moreira quer chegar esta época ao primeiro lugar, embora esse objectivo não seja uma fixação. “Fizemos uma aposta clara na continuidade e os jogadores também souberam optar pela garantia de que vão receber tudo o que lhes é prometido, e de certeza que vão saber honrar a camisola do Fazendense”, referiu.Dos quatro jogadores que saíram do plantel, segundo Botas Moreira, só um não teve um comportamento correcto para com o clube. “Sérgio, Hugo Afonso e Mário Nelson, tiveram uma explicação correcta para a sua saída e ficaram com a porta aberta para um possível regresso. O guarda-redes Nelson é que não foi nada correcto. Mostrou falta de carácter e nem sequer foi capaz de me dizer pessoalmente que não ia ficar no Fazendense, teve que usar o telefone. Não deixa saudades”, frisou.Para iniciar a época a equipa técnica, composta por Manuel Francisco e Filipe Rego, vai ter à sua disposição, os jogadores Zé Miguel, Rui Batista, Fábio, Tavares, Licá, Nelson Rato, Artur, Caju, Carrapato, Bruno Alves, Valter e Pedro, que transitam da época passada. E as aquisições, Rogério (ex-Torres Novas), Jorge Matias (ex-Águias de Alpiarça), Marco Neves (ex-Ouriquense) e Vitinho (ex-Paço dos Negros).Um grupo de jogadores já com provas dadas e a que se podem juntar mais três elementos, que se enquadrem dentro das opções financeiras do clube. “Não exigimos a subida. Apenas queremos que trabalhem bem e ao domingo corram sempre o mesmo ou mais do que os seus adversários, e se assim for podem fazer um excelente campeonato e contar com todo o nosso apoio”, garantiu Botas Moreira.Formação e infra-estruturasAo longo dos 18 anos que leva como presidente do Fazendense, Botas Moreira apontou sempre baterias para o engrandecimento do clube, que passou de uma equipa de aldeia para um clube de dimensão nacional. “Entrei para o clube, lancei o futebol e engrandeci o património com infra-estruturas de que todos nós nos orgulhamos”, garantiu.Os investimentos feitos tiveram êxito em toda a linha. Na parte estrutural foi construído o complexo desportivo, que passou a ser um dos melhores do distrito, com bancadas, relvado e sete balneários. “Posso dizer que o Fazendense foi o clube que aqui na zona mais cresceu ao nível de infra-estruturas próprias”, referiu Botas Moreira.O crescimento desportivo foi bem marcante, o clube conseguiu subir da segunda divisão distrital à terceira divisão nacional, onde se manteve durante dez anos. “Foi uma subida muito grande e a descida que aconteceu há dois anos não beliscou em nada o êxito desportivo”, garantiu o presidente.A formação é muito importante para o presidente do Fazendense, que embora diga que não a acompanha com a assiduidade que devia, não deixa de a apoiar mais ainda do que no que diz respeito aos seniores. “Garanto que enquanto eu aqui estiver se tivesse que acabar com algum futebol nunca seria o de formação. Este ano para além das pré-escolas vamos ter equipas de escolas competição, infantis (duas equipas), iniciados, juvenis e juniores”.Por tudo isto, o Fazendense é muito confundido com Botas Moreira, que reconhece isso mesmo, e vai mais longe garantindo que o clube não cresce mais por falta de trabalho humano. “Há muita falta de directores. As pessoas aqui das Fazendas acomodam-se demais, deviam ajudar e colaborar principalmente no acompanhamento das camadas jovens, é pena que isso não aconteça”, referiu.Botas Moreira tem consciência de que já não é fácil para ele fazer todo o acompanhamento da vida do clube e resolveu este ano ir buscar um director desportivo para fazer a ligação com todo o futebol do clube. A escolha recaiu em Rui da Neta, que fez um excelente trabalho no Paço dos Negros. “Não tenho dúvida que vai ser uma mais valia para o Fazendense. Vai ficar como vice-presidente e resolverá todos os problemas quando eu não estiver presente”.É por tudo isto que Botas Moreira refere não acreditar que o clube caia quando ele se cansar. Até porque garante e faz questão de o dizer com orgulho que no dia em que sair deixa o clube sem qualquer dívida. “Não fico a dever nada a ninguém. Nem a jogadores, nem a fornecedores ou ao Estado, por isso não acredito que no dia em que eu sair não apareça quem o agarre. Penso que não é difícil tomar conta de um clube que não deve nada a ninguém”.

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