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Zonas de Intervenção Florestal em passo lento

Zonas de Intervenção Florestal em passo lento

Sistema para reorganizar floresta e prevenir incêndios esbarra no desinteresse dos proprietários

Só duas zonas de intervenção florestal estão em consulta pública na região.

O governador civil de Santarém, Paulo Fonseca, está “magoado” com o facto de ainda não haver nenhuma zona de intervenção florestal (ZIF) formada no distrito. Trata-se de uma aposta do Governo para reorganizar a floresta e prevenir incêndios. Mas os incentivos financeiros, a isenção de taxas e a necessidade de se proteger um bem pessoal e do país tem esbarrado na mentalidade dos produtores florestais pouco abertos a juntar propriedades numa gestão única. A legislação para a criação das ZIF (Decreto-Lei 127/2005) é de Agosto do ano passado. Já foram feitas mais de 30 reuniões de sensibilização com produtores em vários pontos da região, segundo recorda Paulo Fonseca. Mas até agora só existem dois projectos em fase de análise. Um a norte, no concelho de Abrantes, em Aldeia do Mato. E outro que abrange uma área dos concelhos de Cadaval, Rio Maior e Azambuja. Paulo Fonseca ainda compreende menos a fraca adesão a este mecanismo que permite uma valorização da floresta e mais rentabilidade, quando o Estado dá apoios para a formação das ZIF. Para além de isentar os proprietários de taxas na emissão de cópias e certidões das inscrições matriciais. E no licenciamento de uso e alteração do uso do solo bem como nas intervenções que decorram da aplicação do plano de gestão florestal. “Mesmo com apoios as pessoas não se interessam”, desabafa o governador civil. Uma situação que o chefe do Núcleo Florestal do Ribatejo da Direcção Geral dos Recursos Florestais, Jorge Gonçalves, atribui às tradições e vivências do mundo rural. Onde “existe um forte sentimento de posse ”. “Quem conhece este sector sabe que o associativismo sempre foi complicado. O habitante do espaço rural é por natureza uma pessoa desconfiada e está muito arreigada aos seus bens”, sublinha Jorge Gonçalves, acrescentando que se tem de vencer esta barreira através da informação. Antes do fim do ano, estima o chefe do núcleo florestal, não deve haver nenhuma zona de intervenção florestal a funcionar em pleno. Esperando que durante o Verão, com a chegada dos emigrantes, possa haver um incremento no lançamento de algumas ZIF. Uma Zona de Intervenção Florestal pressupõe a existência de uma área territorial contínua, pertencente a vários proprietários, mas gerida por uma única entidade. E que fica sujeita a um plano de gestão florestal e a um plano de defesa da floresta. Com o objectivo de promover uma gestão permanente dos espaços florestais, promover a sua protecção e fomentar a recuperação das áreas afectadas por incêndios, as ZIF constituem uma forma de ordenamento mais coerente do território florestal. As ZIF têm que ter uma área mínima de mil hectares. Os apoios para estas zonas podem chegar aos 80 por cento, a fundo perdido.
Zonas de Intervenção Florestal em passo lento

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