O presidente da Nersant considera um “escândalo” que num piscar de olhos o Governo anuncie para a Castanheira do Ribatejo um investimento gigante de uma plataforma logística que ocupa cerca de 100 hectares de terrenos em reserva ecológica (REN) e agrícola nacional (RAN). Isto quando no distrito de Santarém há projectos à espera de ser desbloqueados há anos.José Eduardo Carvalho falava, quinta-feira, na apresentação do programa Valtejo Finicia para o concelho do Cartaxo. Um regime de financiamento de projectos de investimento para pequenas e micro empresas (ver texto ao lado).Para José Eduardo Carvalho, é incompreensível como se ultrapassaram estudos de impacto ambiental e planos de pormenor para desafectação de terrenos em domínios de REN e RAN, enquanto os projectos da região vão marcando passo na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).“Num raio de 30 quilómetros a análise dos investimentos é totalmente diferente. Há definição de plataformas logísticas, parques de negócios e privados que adquiriram terrenos no valor de dez milhões de euros na região que estão presos na CCDR-LVT por processos de REN e RAN. O que foi feito para a Castanheira tem que ser aplicado para o Vale do Tejo”, exigiu o líder da Nersant.Também o presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas (PS), defendeu que o Governo terá que garantir medidas excepcionais de emprego para a região numa momento negro em que, só no concelho, nos últimos tempos se perderam 110 postos de trabalho na antiga Metalgrupo e se perspectiva a perda de 220 postos directos (300 com os indirectos) com o encerramento da Opel de Azambuja.Defendeu ainda a rápida aprovação dos planos de pormenor para áreas de localização empresarial e zona industriais que se encontram pendentes.