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Pedir autorização para dançar no estrangeiro

Antes do 25 de Abril o regime utilizava o folclore como arma de propaganda como se diz? O Secretariado Nacional de Informação tinha um grupo, O Verde Gaio, que apresentava danças de todo o país. Directamente nunca nos impuseram nada.Não havia nenhuma pressão ou controle? Uma das primeiras vezes que fomos ao estrangeiro recebemos uma carta do Secretariado Nacional de Informação a perguntar quem nos tinha autorizado? Respondemos que lhes tínhamos escrito a pedir subsídio que não tinha sido dado e que junto ao pedido iam todos os documentos necessários para a deslocação mas que não tinha havido resposta. Mais tarde, muito tempo depois de termos regressado deram-nos o subsídio. Honra lhes seja feita.Era necessária uma autorização para o grupo se apresentar no estrangeiro?Todos os anos quando queríamos sair pedíamos e era-nos passado um alvará certificando que íamos representar Portugal. Pagávamos um selo de 10 escudos.E havia mais algum controle? Em 1965 quando fomos à Madeira vieram os etnógrafos da FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho) actual INATEL ver-nos dançar para certificar o grupo. Eles iam subsidiar a nossa deslocação. Etnógrafos?A maior preocupação era em termos da dignidade da apresentação e menos a nível de danças e trajes ou respeito por tradições. Afinal na Madeira íamos actuar para turistas nos hotéis. As grandes preocupações com o rigor vêm mais tarde. Depois do 25 de Abril, em 1977, com a Federação do Folclore Português.

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