A dedicação extrema de Joaquim Santana ao Rancho Folclórico Os Camponeses de Riachos afastou-o da família. Um preço elevado que teve que pagar. A esposa não viajava com ele porque durante muitos anos foi essa a política do grupo. Como as férias eram aproveitadas para as deslocações do rancho ao estrangeiro a família Santana estava sempre separada. A situação só se alterou há pouco tempo após Maria José ter tido um problema de saúde e o marido se recusar a deixá-la sozinha em casa. É uma forma de mostrar reconhecimento a alguém que classifica como “Uma grande mulher”.Hoje Joaquim Santana tenta compensar o que perdeu de convívio com os filhos levando os netos à escola e estando algum tempo com eles. Mas não é o mesmo.Durante um período de 15 anos teve consigo no Rancho a filha Gabriela. E chegou a acreditar que ela seria sua sucessora na direcção do grupo. O casamento e os filhos afastaram-na e essa possibilidade gorou-se para grande desgosto de Joaquim Santana.Os pais costumam dizer que gostam de todos os filhos da mesma maneira e o director do Rancho de Riachos fala com enorme orgulho do filho Paulo, mas o facto da filha ter estado com ele nos Camponeses de Riachos deu-lhe um pouco mais de espaço no seu coração. Uma pequena frase que lhe escapou durante a entrevista é reveladora: “Ela é muito pai”.Joaquim Santana passa os dias na sede do Rancho. Lê o jornal e escreve. Tem no computador em fase adiantada a história do Rancho Folclórico que será editada em Janeiro de 2008 quando o grupo completar 50 anos. E tem também material recolhido relativo a Quintas e Casais de Riachos, bem como um apontamento sobre Fandango. A história do Rancho não será a primeira experiência editorial. Joaquim Santana tem dois livros publicados. “Gastronomia das gentes do campo de Riachos” e “Singeleiros, boieiros e camponeses”.