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Fogo põe em risco 150 postos de trabalho

Unidade modelo em segurança destruída em Samora Correia

Cinco minutos chegaram para destruir a fábrica de produtos químicos Manuquímica em Samora Correia. Cento e cinquenta trabalhadores correm o risco de perder o emprego

As causas do incêndio que destruiu no sábado à noite a fábrica de produtos químicos Manuquímica, em Samora Correia, estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária (PJ), apurou o MIRANTE junto de fonte envolvida na operação. O fogo coloca em risco mais de 150 postos de trabalho.Os bombeiros conseguiram salvar uma moradia ao lado da fábrica e o “coração” da empresa onde funcionava o sector administrativo e estava toda a documentação. Dois Mercedes topo de gama (um SLK e um S500), que estavam no interior da unidade, foram consumidos pelas chamas. O espaço da produção e armazém não tem recuperação e o seu recheio foi todo destruído. As instalações, equipamentos e produtos estão avaliados em 2,5 milhões de euros. A empresa tem vários seguros que cobrem uma parte significativa dos danos.No domingo, horas depois do fogo, vários trabalhadores permaneciam no local e faziam contas à vida. Apesar da tragédia, há uma esperança de que a empresa possa renascer das cinzas. “Era uma unidade modelo e dever ser apoiada”, disse um dos funcionários a O MIRANTE.O proprietário da empresa, Nuno Costa disse ao Correio da Manhã que o recomeço da fábrica vai depender da rapidez do seguro. No local labora meia centena de trabalhadores. A Manuquímica- Produtos Químicos de Manutenção Industrial tem ainda 90 vendedores e uma empresa satélite que emprega cerca de 50 pessoas. “Ao todo serão mais de 200 famílias afectadas”, garantiu fonte da empresa. Unidade seguraO comandante dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia (BVSC), Miguel Cardia, explicou que a unidade foi construída de raiz há cerca de sete anos, estava equipada com sistemas de segurança, nomeadamente contra incêndios e com um alarme ligado aos bombeiros e que funcionou na noite de sábado.“Era uma empresa exemplar em matéria de segurança que os bombeiros acompanhavam”, garantiu.Fonte envolvida na investigação adiantou a O MIRANTE a possibilidade de ter havido a volatilização de um produto inflamável que criou uma atmosfera propícia a uma explosão. “A temperatura no interior da fábrica era na ordem dos 40 graus”, explica.A mesma fonte frisou que, “à primeira vista”, a unidade cumpria todas as regras em termos do armazenamento. Os produtos estavam armazenados em segurança e a disposição dos recipientes impedia a continuidade do fogo. Há uma tina para retenção dos líquidos derramados e onde se concentrou a água e a espuma utilizadas no combate. As explosões fizeram com que o edifício fosse tomado rapidamente e, em cinco minutos, tudo ficou destruído.A prontidão dos bombeiros de Samora Correia permitiu que o primeiro carro chegasse ao local, a menos de dois quilómetros do quartel, cinco minutos depois do alarme que foi dado às 23h45. “Pelo que vimos no ar tememos logo o pior”, comentou o chefe Pernes que seguiu na primeira viatura.A dimensão do fogo obrigou à mobilização de cerca de 80 bombeiros e 25 viaturas de corporações dos distritos de Santarém, Setúbal e Lisboa. O fogo foi dado como extinto às 03h00, mas os bombeiros permaneceram no local até às 08h00 da manhã. Uma equipa dos Sapadores, especializada em acidentes com materiais perigosos, também esteve no local com técnicos da Unidade de Controlo Ambiental.Segundo o comandante Miguel Cardia, os riscos de contaminação da zona envolvente são praticamente nulos, uma vez que a base da estrutura funcionou como um tanque estanque que conteve “a esmagadora maioria dos líquidos”.Os que saíram foram canalizados para reservatórios da empresa, tendo a equipa de sapadores procedido à avaliação e análises ambientais que revelaram não haver riscos. Durante a operação, 10 bombeiros e um civil foram assistidos no local. A natureza do fogo obrigou à lavagem dos olhos e criou algumas indisposições resolvidas de pronto.De acordo com o comandante, todos os elementos que participaram no combate ao fogo usaram protecção respiratória. No interior das instalações foram adoptadas precauções suplementares, como o uso de botas para circularem no interior da estrutura, onde a água atingiu uma altura de um palmo e meio. Nelson Silva Lopes

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