Merceano Cordeiro, o idoso de 71 anos, totalmente cego e entregue aos cuidados de um filho deficiente foi internado no lar da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos na segunda-feira. A Segurança Social garantiu a vaga depois de O MIRANTE ter denunciado este drama familiar vivido num apartamento de Samora Correia. Merceano Cordeiro e o filho Eduardo António Cordeiro, de 37 anos, eram apoiados pela Fundação Padre Tobias nas valências de apoio domiciliário - com banho, refeição e roupa lavada -, mas a família receava que o drama se agudizasse e pudesse terminar em tragédia. Os conflitos entre ambos eram frequentes e os vizinhos temiam o pior. “No outro dia cheguei a casa e vi que o meu pai estava a acender o isqueiro mesmo junto às cortinas. Como ele já não vê mesmo nada, receio que qualquer dia acontece o pior”, queixou-se um dos filhos.Francisco Cordeiro, residente em Samora Correia, é um dos quatro irmãos que dá apoio à casa sempre que pode. Mas o trabalho e os dois filhos não lhe deixavam muito tempo para auxiliar o pai e o irmão. Tal como acontece com os outros dois irmãos. Eduardo António Cordeiro, 37 anos, foi atingido por um tumor ocular. A intervenção cirúrgica deixou-lhe sequelas graves a nível físico que lhe retiraram parte da mobilidade.O pai, Merceano Cordeiro, motorista reformado da Câmara de Vila Franca de Xira, ficou cego e dependente após uma trombose que o deixou debilitado. A esposa, desaparecida em Abril, já estava praticamente invisual.O drama familiar arrasta-se há três anos. Desde a altura que o filho do idoso adoeceu. Mas desde Abril que a situação se agravou com a morte da esposa e mãe dos protagonistas deste drama.A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha ficou sensibilizada com a situação do antigo motorista do município e encetou contactos com a Segurança Social de Santarém para ajudar a resolver o problema rapidamente. Segundo Francisco Cordeiro, filho de Merceano Cordeiro, a reportagem de O MIRANTE também tocou o presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia e dirigente da Fundação Padre Tobias, Hélio Justino que contribuiu para que fosse encontrada uma solução.