O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), quis “deixar claro” durante a reunião do executivo de segunda-feira que a equipa de vereadores social-democratas está coesa e solidária. O autarca vincou essa posição para desmentir boatos postos a circular após a notícia da saída do executivo, por razões profissionais, do vereador Mário Santos (PSD). Que se deverá verificar no início de Outubro.Moita Flores, que se encontrava na Roménia em visita oficial, diz que recebeu mensagens de preocupação pela saída do vereador Mário Santos logo que se soube da notícia. E foi informado que na cidade corria ainda a versão de que a vereadora Lígia Batalha também ia sair e que Moita Flores estaria de relações cortadas com o seu vice-presidente Ramiro Matos. O líder do executivo confessou que ficou “irritado” com o teor de algumas notícias, “como se tivesse havido um acto de debandada ou de fuga” por parte de Mário Santos. Referindo-se aos boatos, diz que “foi a forma como se fez política em Santarém durante 30 anos” e que só encontra explicação “num quadro psico-patológico”.Mário Santos, vereador do PSD na Câmara de Santarém, vai deixar o executivo municipal sem completar um ano de mandato na autarquia para abraçar uma “proposta profissional aliciante”. A decisão já era do conhecimento de Moita Flores há algumas semanas. “Saio com alguma mágoa porque ser vereador é um desafio e eu abracei e continuo a abraçar o projecto de Santarém. Mas ponderei a situação e aceitei um convite que me foi feito”, afirmou o vereador, que deverá cessar funções no fim de Setembro. Mário Santos vai desempenhar funções de consultadoria na área da segurança aeronáutica no Algarve, sem especificar exactamente do que se trata. “Terei isenção de horário e uma função por objectivos. Não vou trocar um cargo público por um tacho”, assegura. O autarca, responsável por pelouros como a higiene urbana e o trânsito, esclarece que a sua saída das funções de vereador com cerca de um ano de mandato têm apenas a ver com opções pessoais e profissionais. “As portas continuam abertas e estou ao lado do doutor Moita Flores”, assegura.Moita Flores diz que vê com “pena” a saída do vereador. “É uma pessoa dedicada e com qualidades mas que está numa idade em que não pode olhar para os desafios profissionais que surgem com romantismo”, salienta.Ricardo Gonçalves, ex-presidente da Junta de Azoia de Baixo, é o elemento seguinte na lista do PSD à autarquia scalabitana e irá substituir Mário Santos a partir de 1 de Outubro.Mário Santos tem 60 anos. Cumpriu dois mandatos à frente da Junta de Freguesia de Marvila, Santarém, um pela antiga Aliança Democrática (AD), outro pelo PSD. É militante do PSD desde 1975. Preside há vários anos ao Pára-Clube de Santarém, que gere o aeródromo da cidade.