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Afoito Manuel Serra D’Aire

Afoito Manuel Serra D’Aire

A imprevisibilidade está para vida como o gelo está para os esquimós. Sem ela isto era uma grande estopada. Uma pessoa bem pensa que já nada a surpreende, que já viu, leu ou ouviu tudo e depois zás! Apanha com uma novidade pelas trombas que nem sabe de que terra é. A última li-a n’O MIRANTE da semana passada e mete câmaras: municipais e de vídeo. Pois é, meu caro, ao que consta não se pode dar um passinho em falso nos jardins à beira do Nabão em Tomar. A câmara municipal ou alguém por ela entendeu pôr câmaras de vídeo para vigiar a zona. De forma ilegal. Segundo disse um ilustre autarca, é só para combater a ladroagem. E até parece que os assaltos diminuíram. Está pois justificada a coisa. A segurança dá para tudo, mesmo que os direitos dos cidadãos sejam atropelados. O mesmo autarca que falou para o jornal só não explicou como é que se pode relacionar a existência das câmaras com a diminuição dos assaltos. Já que elas estão dissimuladas e não há avisos da sua presença na zona. Será que os ladrões tiveram informação privilegiada e antecipada e foram pregar para outra freguesia? Porque como se sabe estamos perante uma classe profissional muito recatada e que gosta de fazer as coisas longe dos olhos dos curiosos. Ou será que os amigos do alheio têm uma sensibilidade que a restante plebe não tem e detectaram os aparelhos só pelo cheiro? Seja qual for a resposta, uma coisa é certa: sempre que um casalinho de namorados trocar uns apalpanços nos bancos do jardim há alguns potenciais telespectadores à espreita. E provavelmente mais interessados nisso do que nas aventuras da Floribela. Sempre que um velho coçar as partes ou um puto for mijar atrás de uma moita há pelo menos dois olhos atentos aos seus movimentos. É o choque tecnológico no seu melhor. Tão chocante que já estou com os cabelos em pé.Tonitruante Manel cometeste um acto de elementar justiça ao falares do anátema das dívidas das nossas câmaras. Andavam o Sérgio Carrinho da Chamusca e o Moita Flores de Santarém tão preocupados com os calotes e afinal havia outros, e alguns em situação bem pior.Seja como for, não percebo porquê tanta preocupação com as dívidas das autarquias. Afinal são governadas por homens. E esses homens por sinal até são portugueses. Portanto porque é que haviam de ser diferentes do resto da maralha que se empenha até às orelhas para fazer figurões com o carro último modelo ou com a decoração da casa, mesmo que tenham de andar a sandes e galões meia vida. Estamos bem uns para os outros.E os salafrários que andam agora tão preocupados com a falência da Segurança Social não são os mesmos que durante anos e anos permitiram o regabofe das reformas antecipadas e das mordomias para os políticos e gestores do Estado? E depois ainda falam das autarquias…Como dizia a carismática UDP nos tempos do eloquente Major Tomé – não confundir com o vereador Carlos Tomé de Torres Novas -, se não há cheta, os ricos que paguem a crise! E deixem os tesos em paz!Cumprimentos revolucionários do Serafim das Neves
Afoito Manuel Serra D’Aire

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