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Urbanizações deixadas a meio

Urbanizações deixadas a meio

Faltam infraestruturas, zonas verdes e espaços de lazer no concelho de Vila Franca

Os construtores vendem as casas sem concluir as infraestruturas e os arranjos exteriores. As autarquias não estão isentas de culpa porque facilitam e também não cumprem a sua parte

Multiplicam-se as urbanizações construídas há largos anos no concelho de Vila Franca de Xira que têm ainda em falta infraestruturas da competência do urbanizador. Os moradores estão fartos de esperar e querem uma solução rápida. Três cabras pastam no espaço destinado a zonas verdes na Quinta das Índias, em Vialonga. É normalmente cabras ou ovelhas que Maria João Reis avista quando assoma à janela do apartamento comprado há cinco anos. Construída há mais de uma década, a Quinta das Índias continua sem os prometidos espaços verdes, o parque infantil e o polidesportivo. Em Agosto o marido de Maria João Reis foi mais uma vez reclamar à Junta de Freguesia de Vialonga sem que lhe tenha sido dada uma resposta conclusiva. Sónia Morgado, que reside também há cinco anos na urbanização, lamenta o arrastar da situação. “Isto até podia ser um bairro bonito, temos muito espaço para zonas verdes”, frisa. A moradora diz ainda não entender porque há urbanizações mais recentes que já estão arranjadas “e a nossa continua nesta miséria”.Partilhando da mesma opinião, Paulo Madeirinha adianta que os moradores estão a organizar-se para ir junto da Câmara de Vila Franca reivindicar a construção dos espaços em falta. De acordo com a presidente da Câmara de Vila Franca, o problema da falta dos espaços previstos no alvará de loteamento tem origem numa decisão da própria autarquia em 1997, então CDU. Maria da Luz Rosinha refere que a câmara acordou com o urbanizador que se este “entregasse 10 mil contos (50 mil euros) à câmara o assunto ficava resolvido”. A edil adianta que o dinheiro foi depois entregue à Junta de Freguesia de Vialonga que passou a ser a responsável pela construção dos espaços em falta. Uma vez que a junta não tem capacidade financeira para a execução dos trabalhos, foi encontrada uma alternativa.Maria da Luz Rosinha explica que as obras vão ser financiadas pela junta, pela câmara municipal e pelo urbanizador. Segundo a autarca, as partes encontram-se actualmente a ultimar algumas questões para o avanço dos trabalhos. Dois milhões para a Quinta da FlamengaTambém na urbanização do Olival da Fonte, em Vialonga, que começou a ser construída há 14 anos, as zonas verdes previstas no projecto continuam por construir. Em vez disso, os moradores têm uma envolvente feita de ervas daninhas. “Não temos qualidade de vida, fazem uns caixotes para virmos dormir e o resto não interessa. É triste ver isto todos os dias”. O lamento vem de Rita Fernandes, moradora na urbanização há seis anos. Para João Catarino falta unidade aos moradores para reivindicar “o que nos foi prometido”. O morador refere que “todos se queixam de isto estar ao abandono, mas se calhar se exigíssemos em massa o que falta fazer já tinha sido feito. Porque parece que é assim que este país funciona, infelizmente”.Para além destas duas urbanizações, também na Quinta da Porta, no Cabo de Vialonga, e na Quinta da Flamenga faltam os espaços verdes e zonas de estar previstos. Na Quinta da Flamenga, depois da pressão dos moradores, já foi entretanto construído um parque infantil. No entanto, continua por fazer o parque urbano que incluiu dois campos de ténis e um recinto desportivo descoberto e um lago com cascata.A construção do parque urbano é actualmente responsabilidade da Câmara de Vila Franca que desobrigou o urbanizador em troca da construção das condutas de água no Forte da Casa. Segundo a presidente da autarquia, o projecto para o local orça os dois milhões de euros. Um valor considerado elevado e, por isso, Maria da Luz Rosinha conta reunir com os moradores para estudarem alterações. Também no Sobralinho a Quinta da Graciosa não tem ainda construídos os espaços verdes previstos no projecto. Em 2000, a urbanização começou a ser habitada mas ainda hoje faltam o parque infantil e as zonas de estar prometidas.Já em 2003 os moradores manifestaram o seu descontentamento pelo arrastar da situação com a entrega de um abaixo-assinado com 96 assinaturas à Câmara de Vila Franca. A autarquia tem vindo a exercer pressão junto do urbanizador para que complete o projecto, mas a situação continua a arrastar-se.
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