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Sport Lisboa e Cartaxo e câmara de costas voltadas

Presidente da autarquia diz que vai acabar com a “subsidio-dependência”

Dos 32 mil euros acordados em protocolo de apoio à formação de jovens do Sport Lisboa e Cartaxo para 2006 a câmara ainda só pagou sete mil. O presidente do clube diz que assim é impossível inscrever várias equipas nos campeonatos, a câmara responde que não é responsável pela gestão do clube e assegura que vai acabar com a subsidio-dependência.

O presidente do Sport Lisboa e Cartaxo (SLC) foi à reunião do executivo municipal de segunda-feira exigir o cumprimento do protocolo de apoio à formação para o ano de 2006, sob pena de o clube não inscrever equipas de infantis, iniciados e escolas, além de outros atletas.Até ao fecho desta edição a autarquia não se tinha comprometido a pagar qualquer verba ao clube, pelo menos 4.500 euros considerados essenciais pelo presidente do SLC, Avelar Marques, para dar seguimento à actividade.O dirigente recorda que dos 32 mil euros protocolados para o ano 2006 a câmara ainda só pagou sete mil, faltando por isso 25 mil euros. A esta verba somam-se mais 15 mil euros de patrocínio dos equipamentos da equipa sénior com o logo Cartaxo – Capital do Vinho, que também ainda não foram pagos.“Por causa desta situação já tivemos de hipotecar verbas a que tínhamos direito da Federação Portuguesa de Futebol para deslocações à Madeira deste fim-de-semana e de outra de Dezembro, num total de dez mil euros”, recorda o dirigente. A câmara adiantou 1.500 euros a semana passada para fazer a deslocação da equipa àquela ilha. O presidente da Câmara do Cartaxo não gostou de ver o clube imputar responsabilidades pela situação actual à autarquia. O presidente Paulo Caldas assegurou que o município vai cumprir o protocolo firmado com o clube até final do ano, uma vez que o acordo não prevê datas para liquidação de verbas nem planos de pagamentos, tendo em conta a época difícil para os cofres das autarquias.O edil do Cartaxo salientou que a câmara tem que zelar primeiro por pagar a fornecedores, salários e outras responsabilidades que considerou prioridades, antes de o fazer com o clube cartaxeiro ou com outras colectividades do concelho.“Vamos continuar a apoiar a formação de jovens mas temos que rever a forma dos protocolos para o próximo ano e acabar com estas situações de subsidio-dependência. Não podemos ser responsabilizados pela gestão dos clubes”, ripostou Paulo Caldas.SL Cartaxo vai esperar mais um poucoO presidente do SL Cartaxo diz que face à falta de uma decisão da autarquia o clube vai esperar para ver com o que pode contar. O mais urgente é reunir 4.500 euros até 17 de Outubro, prazo limite para inscrever equipas e jogadores jovens.“Esta situação era evitável se a câmara, por exemplo, pagasse uma verba mensal ao clube na ordem dos 3.250 euros”, considera Avelar Marques. Que lamenta que só se fale em alteração de regras dos protocolos e de funcionamento do estádio municipal quando está em causa o SL Cartaxo e outros clubes do concelho já têm investimentos com apoio da câmara concretizados. O que considerou má política camarária.Noutra coisa os responsáveis da câmara e do clube também não se entendem. Paulo Caldas diz que, desde 2000, a autarquia investiu no clube mais de 564 mil euros. “Gastos em protocolos de apoio à formação mas também em materiais, apoios logísticos e suporte das despesas de utilização do estádio municipal pelo clube”, recordou o autarca. Aludindo ainda a uma verba de 30 mil euros que o SLC deve à câmara pela utilização das piscinas municipais. Avelar Marques diz que o clube tem apenas contabilizados 198 mil euros de apoios da câmara, sem quaisquer apoios em infra-estruturas ou de outro género. “O que temos está à vista”, recordou o dirigente.Paulo Caldas assegura ainda que seja qual for o clube da terra a política da autarquia é igual para todos, não podendo a câmara assumir a gestão dos clubes quando estes contratam jogadores. “Quando têm um problema é à autarquia que pedem responsabilidades. Como se costuma dizer, com as calças do meu pai também eu sou um homem”, completou o autarca.Ricardo Carreira

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