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Enriquecimento Curricular a meio gás

Arranque conturbado das actividades no concelho de Vila Franca

Mais de metade dos alunos inscritos continuam sem actividades de enriquecimento curricular. A câmara e os parceiros não conseguiram preparar a logística em tempo útil. Os pais estão preocupados.

Foram apenas 10 as escolas, num total de 25, que arrancaram com as Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no concelho de Vila Franca de Xira na data estipulada, 16 de Outubro. Problemas de ordem logística estiveram na origem dos atrasos registados. Os alunos do primeiro ciclo dos agrupamentos de Vialonga, Aristides Sousa Mendes, da Póvoa de Santa Iria, e de duas escolas do agrupamento Dr. Vasco Moniz, de Vila Franca, num total de 1078 crianças, iniciaram esta segunda-feira as AEC. Os restantes estabelecimentos de ensino vão a partir de agora implementar progressivamente as actividades. A Câmara de Vila Franca espera que até ao final de Outubro, período indicado pelo Ministério da Educação, as AEC estejam a funcionar em todas as escolas. A falta de espaços nas próprias escolas, sobretudo devido a 60 por cento funcionar em horário duplo, levou à necessidade de encontrar espaços alternativos para a realização das AEC. Um factor que, segundo a vereadora da educação da autarquia, foi determinante para a morosidade do arranque. Maria da Conceição Santos explica que os contactos iniciaram-se logo em Julho, mesmo antes de a candidatura às AEC ter sido aprovada, devido “à pesada logística que tínhamos que salvaguardar”. Desses contactos resultaram parcerias com as Instituições Particulares de Solidariedade Social e com várias colectividades, cerca de 50, do concelho que cedem espaços, serviço de refeições e recursos humanos. A realização das actividades em espaço diferentes vai obrigar os alunos a deslocarem-se para outros locais, garantindo a autarquia o transporte. A responsável da educação sublinha que “esta foi a solução encontrada não havendo espaço nas escolas”.Os 5204 alunos do primeiro ciclo do concelho vão ter à sua disposição as actividades de apoio ao estudo, actividade física e desportiva, inglês e música. A gestão global do processo, desde o acompanhamento administrativo e financeiro ao pedagógico, está a cargo da Sociedade Euterpe Alhandrense (SEA).Pais criticam conduçãodo processoA Federação das Associações de Pais do Concelho de Vila Franca de Xira (FAPXira) já teceu, entretanto, fortes críticas à forma como o processo de implementação das actividades tem sido conduzido. António Castela lamenta o afastamento da entidade do processo e levanta reservas quanto à atribuição da gestão das actividades à SEA. O responsável questiona a “experiência” da associação de Alhandra no que diz respeito a actividades curriculares. António Castela frisa também que o despacho do Ministério da Educação indica que a direcção pedagógica das AEC cabe aos agrupamentos, acrescentando que “temos dúvidas que este processo esteja a ser cumprido”.O responsável da FAPXira sublinha que há muitas questões por acertar, como a existência de “furos” nos horários já feitos das escolas de Vialonga e o problema do transporte das crianças. António Castela chama atenção para a questão das crianças que fazem as deslocações a pé, por a distância ser reduzida. “Como se deslocam muitas crianças em dias de chuva? Esta questão tem também que ser salvaguardada”, defende.A vereadora da educação já garantiu que também nestes casos será assegurado o transporte dos alunos. Para obter algumas respostas a FAPXira reuniu esta terça-feira com a Câmara de Vila Franca, encontro que decorreu já depois do fecho da nossa edição. António Castela adiantou, no entanto, a O MIRANTE que entre as questões levadas à reunião estariam a sugestão da criação de uma comissão de emergência para tentar resolver os problemas que estão a marcar o arranque das AEC nas escolas. A instituição de um grupo de trabalho no quadro do Conselho Municipal de Educação que efectue a monitorização das actividades foi outra das propostas levadas pela FAPXira. Sara Cardoso

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