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Más condições afastam clientes

Más condições afastam clientes

Comerciantes queixam-se de quebra acentuada nas vendas no mercado de Azambuja

Pombos e roedores estão a invadir o velho mercado diário de Azambuja e a afastar a clientela. O novo edifício, concluído há mais de um ano, continua fechado.

A falta de condições de higiene e salubridade do mercado diário de Azambuja, um edifício com mais de 50 anos, está a afastar os clientes do espaço de comércio tradicional, localizado na rua Jaime da Mota, no centro da vila.Há muito que o velho telhado do edifício deixa entrar a água da chuva. Os pombos convivem diariamente com os feirantes e clientes. Rompem subitamente por entre os vidros partidos das janelas e voam por cima das bancas de venda de pescado, fruta e legumes. Mas as aves não são os únicos animais a procurar o mercado diário. Os roedores também já invadem o espaço. O portão fica fechado, mas as largas grades permitem a entrada de toda a sorte de animais de pequeno porte. “Isto não é um mercado. É um pombal”, queixa-se o talhante do mercado, Vítor Manuel Silva, 57 anos, residente em Azambuja. Os acidentes acontecem e têm manchado a imagem do comércio tradicional. “No outro dia uma cliente viu fruta suja dos pombos e por causa disso deixou de cá vir”, queixa-se a comerciante Salomé Soares.A comerciante que vende fruta e legumes há quase 40 anos já nem pede a abertura do novo mercado. “Se não podem abrir portas do novo espaço por qualquer razão ao menos que dessem uma limpeza ao actual. Que tapassem as janelas ou retirassem daqui os pombos”, sugere.Um destes dias a balança de Luís Oliveira Cardoso, 69 anos, foi derrubada por um animal que saltou para a banca durante a noite. “O arranjo custou para cima de 100 euros”, revela o comerciante dos Casais de Baixo.A sua banca, tal como os outros quatro pontos de venda diários, está quase sempre vazia, mas o vendedor espera que o novo mercado da zona da Quinta dos Gatos, concluído há mais de um ano (ver caixa), venha dar outro fôlego ao negócio. Há dias em que não se vende nada, diz enquanto retira da venda uns feijões secos. Que o diga Antónia Simões Valada, 73 anos. “Por vezes não conseguimos fazer dinheiro nem para o pão”, lamenta.Antigamente os fazendeiros enchiam o mercado ao fim de semana. Hoje em dia são cada vez menos os que arriscam pagar para montar banca num espaço pouco procurado. O estacionamento condicionado na vila também só veio piorar a situação. “Antigamente os carros estacionavam na rua do mercado. Agora nem cá param”, descreve Luís Cardoso, que receia que nas redondezas do novo mercado também não existam estacionamentos suficientes. Os comerciantes garantem que ainda não tiveram uma satisfação para o atraso da abertura do novo espaço por parte da Câmara Municipal de Azambuja. “Deixaram-nos aqui abandonados”, lamentam.O vereador com o pelouro das feiras e mercados da Câmara de Azambuja, José Manuel Pratas, compreende a posição dos comerciantes, mas lembra que não vale a pena fazer obras num espaço que já foi vendido para a construção de um prédio de habitação e que terá que ser entregue ao proprietário até ao final do ano. Na altura em que, garante, deverá abrir portas o novo mercado.Ana Santiago
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