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Provedor da Misericórdia quer ajudar a modernizar a Palha Blanco

Provedor da Misericórdia quer ajudar a modernizar a Palha Blanco

Revitalização da festa brava está na ordem do dia em Vila Franca

A requalificação da Praça de Touros Palha Blanco é fundamental para a revitalização da festa dos touros em Vila Franca. O Provedor da Misericórdia está disponível para iniciar um novo ciclo.

Vila Franca de Xira quer revitalizar a festa, e a Praça de Touros Palha Blanco é uma peça chave no processo de recuperação dos aficionados e formação de novas figuras. Esta foi uma das conclusões de um jantar que reuniu vários agentes da festa num debate moderado pela presidente da câmara.O Provedor da Misericórdia, Caetano Dias, manifestou total disponibilidade da instituição para ser parceira neste projecto que visa dar mais vida ao fenómeno taurino, tão intenso em terras de Vila Franca. “Ficaria encantado se fosse a Misericórdia a aderir a um projecto de parceria ou transformação da praça”, disse no encontro realizado a 27 de Setembro na Quinta Municipal da Subserra. Depois de ouvir alguns comentários à gestão da praça de touros por parte da Misericórdia, o Provedor alertou para a facto de não se poder responsabilizar só a instituição pelo mal da festa.“Ficaria muito tranquilo se o problema da festa de touros em Vila Franca passasse exclusivamente pela Santa Casa da Misericórdia”, referiu. Caetano Dias, oficial da Marinha aposentado, e Provedor da Misericórdia há quatro meses, é aficionado desde menino e viveu o fenómeno da festa dos toiros em Vila Franca com o aparecimento das grandes figuras. Algumas estiveram presentes neste encontro, nomeadamente José Júlio, Mário Coelho e Victor Mendes. Este último, há muito que defende a transformação da Palha Blanco num espaço multi-usos coberto onde se possam realizar vários tipos de espectáculos e durante todo o ano. “Seria o nosso Campo Pequeno” referiu numa entrevista concedida a O MIRANTE na véspera de regressar à Monumental de Lisboa.A modernização da centenária Palha Blanco, com a criação de mais conforto e comodidade, é defendida por vários agentes da festa. O problema é encontrar recursos. A solução, no entender de alguns, passa por uma parceria que envolva a câmara, a Misericórdia e o investimento privado. É aqui que surgem dificuldades. “Como é que se concilia o interesse empresarial com o serviço público de promoção e valorização da festa?”, questionam.Do lado da Misericórdia, o Provedor deu conta da vontade de participar numa solução. “Era o maior gosto que eu teria neste mandato de três anos que, modestamente, a instituição a que pertenço pudesse dar um contributo positivo para resolver o problema. Não se iludam, é só um contributo positivo”, afirmou.Mas a abertura do Provedor pode não se alargar a toda a mesa administrativa da Misericórdia. O MIRANTE apurou que, no seio da instituição, existem algumas resistências ao envolvimento de outros parceiros na gestão da praça de toiros. “São posições antigas que se mantêm”, garantiu a nossa fonte.O Provedor reconheceu, na reunião já citada, que é imprescindível o envolvimento da comunidade de Vila Franca e dos seus agentes económicos, sociais e culturais na revitalização da centenária Palha Blanco. Recordando o tempo em que Vila Franca era a Sevilha Portuguesa, Caetano Dias frisou que a sociedade mudou e referiu que a cidade é “um bocadinho dormitório”. O preço elevado dos bilhetes e as dificuldades do tecido social, acentuadas pelo crescimento do desemprego, também contribuem para a falta de público na praça. “Os preços continuam a ser um bocadinho dolorosos”, referiu.Por fim o Provedor lamentou ainda a falta de massa critica na festa. Caetano Dias lembrou que acompanhou o aparecimento do Congresso Mundial das Cidades Taurinas, que já passou por Vila Franca de Xira, e disse conhecer o mentor da iniciativa, mas mostrou-se muito crítico em relação ao seu funcionamento. “Não fui a nenhum congresso desses, nunca fui convidado. Tive uma grande mágoa mas, disse de mim para mim na altura, aguenta-te que um dia se fará justiça”.Nelson Silva Lopes
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