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Disputadas sete jornadas o “chicote” já estalou seis vezes

Treinadores são as maiores vítimas dos insucessos nos clubes da região

Nas seis primeiras jornadas do campeonato distrital da primeira divisão de Santarém já foram “despedidos” outros tantos treinadores, à média de um por semana. Para contrariar a tendência, após a última jornada, disputada no domingo, ainda não saiu ninguém. O MIRANTE foi ouvir alguns dos treinadores que já ficaram sem clube.

Estão disputadas apenas sete jornadas do Campeonato Distrital de Futebol da Primeira Divisão da Associação de Futebol de Santarém e o “chicote” já estalou meia dúzia de vezes nas costas dos treinadores. Manuel Francisco, ex-Fazendense, Vítor Falua, ex-Mação, Pedro Alberto, ex-Ferreira do Zêzere, Filipe Jesus, ex-Moçarriense, José Nunes, ex-Samora Correia e Manuel Colhe, ex-União de Almeirim, não chegaram a aquecer o lugar.Embora seja uma situação que acontece todos os anos, não tem da parte dos treinadores qualquer reacção especial, ficando por isso sempre à mercê da boa ou má disposição dos presidentes dos clubes, que não hesitam em despedi-los quando o seu trabalho ainda está no início. Manuel Francisco (ex-Fazendense), José Nunes (ex-Samora Correia) e Manuel Colhe (ex-União de Almeirim), três treinadores que saíram dos respectivos clubes, logo nas primeiras jornadas do campeonato, têm ideias claras sobre os problemas, garantindo que quando as coisas correm menos bem no que diz respeito a resultados é sempre o treinador que paga porque é a parte mais fraca.Mas se na realidade é mais fácil despedir o treinador do que os jogadores, também é verdade que os dirigentes não conseguem muitas vezes resistir à pressão dos sócios, e sacam do “chicote” quando tudo aconselhava a manter o técnico.Manuel Colhe, que saiu do União de Almeirim por vontade própria. Não foi despedido foi ele que saiu, mas garante que o que se está a passar este ano é uma situação anormal. “Não é normal, mas a nova fórmula do campeonato está a mexer com muita gente. Todos entendem que podem ficar nos seis primeiros, e com a pressão que isso traz, não conseguem discernir com cabeça fria e ao mais pequeno deslize mandam o treinador embora”, refere.Para José Nunes é indiscutível que os treinadores vivem dos bons resultados, e por isso estão sempre sujeitos à pressão, de adeptos, dirigentes e até dos próprios jogadores. E vai mais longe garantindo que sentiu isso este ano no Samora Correia. “Desde o jogo com o Abitureiras que senti que havia jogadores que não me queriam e faziam tudo para me complicar a vida”, garantiu.É por isso que todos os técnicos são unânimes quando dizem que é essencial levar com eles, quando trocam de clube, um grupo de jogadores de confiança. Porque assimilam mais rapidamente as ideias do técnico e conseguem unir o balneário com mais facilidade. Manuel Francisco é talvez o caso mais paradigmático desta falta de senso dos directores. O técnico vinha já da época passada, com um trabalho que sempre mereceu os elogios de toda a gente. Mas um ou dois resultados menos conseguidos no início da época foram o suficiente para ser afastado.A falta de apoio dos dirigentes, sócios e às vezes dos jogadores, são para Manuel Francisco os grandes problemas que os treinadores têm que enfrentar e que os fazem sair muitas vezes machucados por verem que o seu trabalho não é reconhecido.Apesar das complicações que lhe são colocadas e de serem muito facilmente colocados na prateleira, onde já se encontram alguns dos treinadores com maior currículo no futebol distrital, todos os técnicos despedidos, querem continuar na “profissão”. A ideia é ir para outro clube para poderem mostrar o seu valor e calar a boca a quem os pressionou e despediu.

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