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Crise e mau tempo afectam feira das passas

Produtores de Tomar criticam o facto de o certame ter começado este ano mais cedo

A tradicional Feira das Passas de Tomar acabou domingo mas não foi de boa memória para a maioria dos comerciantes, que criticam o facto de ela ter começado cedo demais. A chuva também não ajudou ao negócio.

Os comerciantes e pequenos produtores de frutos secos de Tomar quase não ganharam para as despesas da Feira das Passas de Tomar. Depois de mais de uma semana de bancas abertas, os vendedores fazem um balanço negro do certame. À crise económica juntou-se este ano a chuva intensa, que afastou grande parte dos potenciais consumidores da rua dos Arcos.A grande crítica vai no entanto para a duração do certame. Os produtores dizem não entender porque é que este ano o município decidiu abrir a feira mais cedo, na sexta-feira, 13, quando o hábito é ela só se iniciar a partir do dia 16 de Outubro. Até os próprios produtores foram apanhados de surpresa, como Eulália Lopes. “Tive que andar a telefonar para os meus colegas para saber quando começava realmente a feira”, refere.Para a pequena produtora de figos e passa de uva do Caniçal, às portas de Tomar, a semana não correu de feição, principalmente devido à chuva. No último domingo, que tem por hábito ser o melhor dia, nem sequer montou a tenda. “Não valia a pena, com a chuva que estava o negócio não ia render”.Mesmo assim, Eulália ainda conseguiu manter os seus clientes habituais. “Foram eles que me salvaram o negócio”, diz, adiantando que o facto de ter produção própria e de ser ela e o marido a apanhar os frutos e a vendê-los faz com que o prejuízo não seja maior. “Quem pouco sabe, depressa o reza”, diz num chavão popular, a querer dizer que como tinha pouco para vender, depressa despachou a mercadoria.O mesmo não pode dizer Paulo Soares, da empresa Cristina Frutas, que diz ter feito pouco mais do que os 200 euros que lhe custou o terrado, preço que considera exagerado para um stand de nove metros quadrados de área. O produtor também considera que a feira “começou cedo demais” este ano e que a maioria das pessoas do concelho não tinha disso conhecimento. “Quem compra costuma vir em força no fim-de-semana seguinte ao Dia de Santa Iria mas este ano a chuva deixou a rua quase deserta”, diz. Adianta que, por causa disso, “a maioria dos comerciantes levou os carros carregados de mercadoria para casa”.“Por este andar daqui a uns anos a câmara ainda tem de pagar para a gente vender”, desabafa Eulália Lopes, enquanto arruma no carro o plástico que tinha coberto a bancada pela qual pagou 25 euros.De acordo com o gabinete de comunicação da Câmara de Tomar, a Feira das Passas integra a Feira de Santa Iria, que decorre entre o fim de semana anterior e o fim de semana posterior ao dia da padroeira da cidade (20 de Outubro). O dia da padroeira marca oficialmente o arranque da Feira das Passas, apesar de os vendedores terem por hábito montar os standes assim que as tasquinhas e os divertimentos começam a funcionar.Margarida Cabeleira

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