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Câmara troca as voltas aos automobilistas

Câmara troca as voltas aos automobilistas

Nova sinalização de trânsito na Golegã não é consensual

As mudanças visam aumentar a segurança nalguns pontos considerados negros e proporcionar melhores condições a quem circula a pé, de bicicleta ou a cavalo.

A nova sinalização de trânsito implementada na vila da Golegã há cerca de duas semanas está a motivar alguma contestação. Ruas com dois sentidos transformadas em vias de sentido único, a multiplicação de sinais de sentido proibido e a proliferação de ciclovias, vias pedonais e para cavalos são as principais alterações. A autarquia diz que o objectivo é melhorar a mobilidade de peões, ciclistas e cavaleiros. E desmotivar o uso do automóvel dentro da vila. Mas há quem não veja com bons olhos as intenções do executivo e garanta que “está instalada a confusão”. Especialmente para quem não conhece as ruas da capital do cavalo. A alteração mais notada surge na Rua D. João IV. Aquela que durante muito tempo foi o acesso privilegiado para quem quer entrar na Golegã vindo da Chamusca pelo dique dos Vinte deixou de ter dois sentidos. Agora, um automobilista que por exemplo queira ir até à zona da Igreja Matriz tem de dar uma volta maior e passar por uma série de ruas e ruelas. O presidente da câmara, José Veiga Maltez (PS), garante que esta é a melhor forma de fazer com que aquela zona deixe de ser considerada “um ponto negro nas estradas da Golegã”. E lembra que “o cruzamento que já foi palco de acidentes mortais”. Mas há quem tenha opinião diferente e reclame por ter de “andar às voltas” para entrar na Golegã. Como Luís José: “As pessoas continuam a cortar no sentido do Equuspolis naquele cruzamento, mas quando querem entrar na Rua D. João IV, encontram um sentido proibido e são obrigadas a virar à direita. A partir daí é uma confusão, porque a sinalização é escassa e demora-se muito mais tempo a chegar ao destino. Obriga as pessoas a andar perdidas num verdadeiro labirinto”.Luís José acusa o executivo camarário de “pensar mais nas bestas que nas pessoas”. “A Rua D. João IV tem largura suficiente para ter dois sentidos, mas como os cavalos e as bicicletas são mais importantes que as pessoas, corta-se um sentido e fazem-se vias para cavaleiros e ciclistas. Sem se pensar nas consequências”.Acusações recusadas por Veiga Maltez, que atribui as críticas a “alguns velhos do Restelo que só vêem os seus próprios interesses e necessidades”. “Enquanto for presidente da câmara, a minha prioridade serão sempre as pessoas, a sua segurança e a garantia da sua acessibilidade, nomeadamente a edifícios de serviço público, comércio e centro histórico”. O presidente da câmara lembra que “a alteração à sinalização foi feita em dois dias, mas foi pensada durante nove anos” e aprovada por unanimidade na câmara.Consciente das consequências decorrentes da alteração à sinalização do trânsito na Golegã, o autarca percebe que “inicialmente as pessoas estranhem a mudança”. Mas acredita que “com o tempo todos se vão habituar”. “Primeiro com a Rua D. Afonso Henriques, que tinha dois sentidos, e depois com a Rua José Relvas, foi a mesma reacção. E hoje revelam-se soluções eficazes, quer na circulação, quer no estacionamento. Fico tranquilo se conseguir evitar acidentes na Rua D. João IV e na entrada da Golegã ao Dique dos Vinte, na Casa Hidráulica”.Para além da Rua D. João IV, também a ruas Rafael da Cunha Franco e Carlos Mendes Gonçalves ficaram na maioria dos seus traçados com sentido único. Uma situação que, segundo Luís José, não facilita em nada a circulação automóvel. “O mais grave no meio disto tudo é que, com estas alterações, o trânsito é todo direccionado para a Rua Luís de Camões, onde estão as escolas. É inadmissível atirarmos o trânsito todo para uma zona onde há constantemente crianças a passar”, contesta.
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