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População não desiste do Hospital da Flamenga

População não desiste do Hospital da Flamenga

Debate sobre saúde em Vialonga

Em Vialonga ainda há quem acredite no aproveitamento do Hospital da Flamenga para Unidade de Cuidados Continuados.

Foi em 1998 que o Hospital da Flamenga em Vialonga encerrou para obras que deveriam durar dois anos. Passados oito anos, o hospital continua encerrado, contra a vontade da população que se mantém firme na luta pela reabertura do serviço. Um ofício do Ministério da Saúde veio anunciar este ano que o hospital não irá reabrir, sendo que o edifício – um palacete do século XVII – vai ser entregue à direcção geral do Património.A Comissão de Utentes de Saúde de Vialonga contestou mais uma vez esta decisão num debate público que teve lugar no Salão Nobre da Junta de Freguesia no passado sábado, dia 21. O encontro tinha como objectivo discutir com a população questões relativas à saúde pública, cuidados primários e saúde hospitalar.O debate contou com a participação do médico e professor universitário Carlos Silva Santos, ex-delegado de saúde de Loures, e com a presença de cerca de meia centena de cidadãos, na maioria idosos, que reivindicam melhores condições de saúde para a região.Durante cerca de duas horas e meia, discutiram-se também outras questões como os encerramentos de maternidades, a falta de médicos, a privatização do sistema de saúde, o fim da comparticipação de alguns medicamentos ou o aumento das taxas moderadoras.O encerramento do Hospital foi, no entanto, o tema mais discutido. António Barradas, porta-voz da comissão de utentes, defende a reabertura do hospital, como unidade de cuidados continuados ou de convalescença, função que o espaço já exercia anteriormente. “Não é um parecer nosso porque a comissão não dá pareceres técnicos. É um parecer com base em várias autoridades, de várias ordens políticas, ao longo dos anos”, esclarece o porta-voz.Em 1999, a Administração Regional de Saúde investiu 350 mil euros na requalificação do Hospital da Flamenga e em equipamentos de saúde. Ao longo dos anos e por falta de segurança, o edifício acabou por ser alvo de actos de vandalismo.Os utentes exigem explicações: “Em 1998, quando fechou para obras, estava em condições de reabrir. Mais tarde, quando abriu o novo centro de saúde, o hospital continuava a ter condições para reabrir. Veio o novo governo e o hospital continuava em condições. Ou seja, até ao ano passado tinha todas as condições”, explica António Barradas.“Se não era para reabri-lo, porque gastaram tanto dinheiro?” é a pergunta que fazem todos os vialonguenses e para a qual continuam à espera de resposta. Carlos Silva Santos apelou à união dos cidadãos e a novas acções de luta, afirmando a necessidade de “pedir contas do dinheiro que foi gasto em obras no Hospital da Flamenga”. “Isto é um crime, chama-se peculato”, acrescentou o médico.A comissão de utentes anunciou que vai avançar, para já, com uma carta endereçada à Assembleia da República. Nessa carta, aprovada por todos no debate, os vialonguenses reivindicam um melhor serviço de saúde para a região, com melhorias no Centro de Saúde, nomeadamente no seu acesso exterior, e a reabertura do hospital.
População não desiste do Hospital da Flamenga

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