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A Toca do Maestro Mário Coelho

A Toca do Maestro Mário Coelho

Matador de toiros cria espaço de promoção da festa brava em Vila Franca

Promover e valorizar a festa dos toiros é o objectivo do espaço que o matador de toiros Mário Coelho quer abrir a todos duma forma desinteressada.

Um prédio do Século XVII, no centro da cidade de Vila Franca, acolhe a Toca do Maestro Mário Coelho. No rés-do chão do nº3, do Largo Conde Ferreira, nasceu um espaço acolhedor num ambiente taurino. A Toca, inaugurada na sexta-feira, está de portas abertas para receber novos e velhos aficionados e formar novos públicos para a festa brava. “A Toca é o melhor local para que um Coelho se sinta bem”, explica o antigo matador de toiros para justificar a escolha do nome.Uma porta original da pia baptismal da vizinha Igreja Matriz foi recolhida pelo toureiro no meio do entulho das últimas obras e é um dos encantos do espaço. A porta construída em 1715 serve de tampo duma mesa coberta com um vidro que realça o valor do pedaço de madeira trabalhado por mãos de artista. “Eu brinquei muito com esta porta, pendurava-me aqui, enquanto a minha mãe assistia à missa”, recorda Mário Coelho, 70 anos.Nos tectos permanecem as madeiras originais da casa com mais de 300 anos e recuperadas com a sapiência e a paciência do toureiro. “Sou um homem sensível. Aprecio estas memórias”, realça Mário Coelho.Uma fotografia com uma faena, quase em tamanho natural, oferecida pelo empresário Paulo Pinho, é a única presença do maestro na Toca. Mário Coelho diz que a sua ausência foi intencional. “Não me quis evidenciar a mim. Este é um espaço de promoção da festa taurina”, afirma. A ideia é promover no local conversas, colóquios e espaços de tertúlia onde se fale da festa e se debatam ideias.Mais de 500 obras literárias que abordam a temática dos toiros de lide estão disponíveis nas estantes. Num outro armário há duas mil cassetes que podem ser vistas por crianças, jovens e adultos, aficionados ou não. Para atrair o público mais resistente, Mário Coelho apostou no conforto da sala climatizada, com música ambiente (essencialmente clássica) e um requintado serviço de apoio. “Haverá café, refrescos e guloseimas para as crianças”, explica. O Maestro está disponível para acompanhar os visitantes e transmitir-lhe o saber acumulado ao longo de mais de 50 anos de vivências taurinas dentro e fora das arenas.Mário Coelho, natural de Vila Franca, foi considerado o melhor bandarilheiro do mundo e um dos melhores toureiros de sempre. Retirado das arenas, tem agora mais tempo para transmitir o seu conhecimento e contribuir para a valorização da festa. “Eu, como agente da festa taurina, tinha a obrigação de fazer isto na minha terra”, conclui. Nelson Silva Lopes
A Toca do Maestro Mário Coelho

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