“Manifestação de autismo”. Foi este o termo utilizado pela CDU de Azambuja para descrever a tomada de posição da maioria socialista em Azambuja que optou por chumbar a proposta de consulta popular.“As pessoas vão verificar que os próprios órgãos que os elegeram não os quiseram ouvir numa matéria tão importante como é a questão da água", sublinhou o vereador da CDU, António Nobre, numa conferência de imprensa sobre o tema, realizada na tarde de sexta-feira, 3 de Novembro no Centro de Trabalho do PCP, em Azambuja.O eleito não acredita que o lançamento do concurso público internacional vá funcionar como mera consulta de mercado, salientando que se trata de um mau negócio para o concelho de Azambuja com o risco de aumento dos preços.“Se o PS tivesse a certeza tinha aprovado o voto secreto", afirma por seu lado o líder da bancada da CDU na assembleia municipal, João Couchinho.O PSD manifestou igualmente em comunicado o desagrado em relação à decisão de quinta-feira classificando a atitude do PS como um acto de “cobardia política”.“Os eleitores demonstraram cabalmente a sua vontade de discutir a questão da concessão do abastecimento de água e saneamento e de a votar em referendo. Os autarcas eleitos pelo Partido Socialista resolveram amordaçá-los e negar-lhes esse legítimo direito democrático”, revela o PSD local em comunicado, adiantando que o PS fugiu ao confronto democrático, preferindo ganhar o jogo na secretaria.Denunciam ainda que o presidente da Junta de Vila Nova da Rainha votou contra o referendo quando a sua assembleia de freguesia determinara que devia votar favoravelmente num “derradeiro exemplo de que o PS deitou para o lixo qualquer ética política”. O PSD lamenta que sejam os azambujenses “a pagar este negócio dos autarcas do PS”, critica o presidente da Comissão Política do PSD, Luís Leandro, em nome dos eleitos social-democratas do concelho.