Aos 36 anos, Rui Vitória chegou a Fátima, viu e venceu. Depois de colocar ponto final na sua carreira de futebolista, que “dançou” entre o Futebol Clube de Alverca, clube da sua terra natal, e o União Desportiva Vilafranquense, o jogador aplicado que sempre foi começa agora a destacar-se como treinador.A carreira de treinador nem começou da melhor maneira para Rui Vitória. As duas épocas muito sofridas no Vilafranquense deixaram marcas, que só foram ultrapassadas com algum êxito nos juniores do Sport Lisboa e Benfica, de onde “saltou” para o Centro Desportivo de Fátima.À sétima jornada, a equipa da terra dos milagres segue na frente da tabela classificativa com cinco pontos de vantagem sobre o segundo. Mas nem por isso Rui Vitória embandeira em arco. “As coisas estão a correr bem, mas temos que ter os pés bem assentes no chão. Ainda não ganhámos nada e é preciso manter a concentração”, refere com cautela.Para o técnico a organização que veio encontrar em Fátima, o modelo de trabalho desenvolvido e a forma tranquila como foi feita a construção do plantel, são simplesmente exemplares. “Existiu sempre uma forma muito precisa do que se queria, Direcção e equipa técnica trabalharam em conjunto para encontrar os jogadores que se enquadrassem dentro do estudo que foi efectuado com tempo, e daí encontrarmos os homens certos para cada lugar”, assume.Para Rui Vitória o grupo de trabalho não é bom só porque está a ganhar e está no primeiro lugar. É bom porque tem uma enorme disponibilidade para trabalhar e para lutar jogo a jogo pela vitória. O técnico assume que a equipa tem tido alguma sorte, venceu jogos que também podia ter perdido e, afinal de contas, estão decorridas apenas sete jornadas.Os objectivos com que o Fátima partiu para o campeonato eram de garantir a manutenção o mais cedo possível, contudo e face aos excelentes resultados alcançados e embora o objectivo ainda tenha sido revisto a luta vai ser para o primeiro lugar onde a equipa se encontra neste momento. “O que realmente pretendemos é criar uma estrutura de futuro no clube. Não vivemos obcecados pelo primeiro lugar, neste momento nem eu nem os jogadores pensamos sequer nisso”, explica.A confiança do treinador do Fátima em relação ao desempenho da equipa advém do facto de ter garantias de ver que o grupo de trabalho ainda ter uma larga margem de progressão, quer no capítulo físico, quer no mental, e nos níveis de trabalho. A carreira da equipa tem conseguido trazer mais gente ao estádio, mas Rui Vitória precisa que as pessoas acreditem mais, e a todos os níveis, dos adeptos aos dirigentes. “É preciso mais apoio, mas é também preciso que nas alturas em que estejamos menos bem não se esqueçam que não estamos a jogar sozinhos, que a competitividade é muito grande”, alerta.