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As cheias no lugar da Ponte

A zona de Tomar foi das mais fustigadas pelas chuvadas de 4 de Novembro. No Lugar da Ponte, freguesia da Beselga, uma população isolada foi também afectada. Os residentes, na sua maioria idosos e sem meios para fugirem à fúria das águas, ficaram nas suas casas aguardando que a água começasse a baixar. Toda a gente se mobilizou para ajudar, familiares, amigos e conhecidos. Mas a água continuava a subir. Bombas, baldes, sacos de areia tudo serviu para retirar água de dentro das casas ou para impedir que ela entrasse. Uma deficiente motora viu a sua habitação rodeada por água, uma senhora de 96 anos entrou em pânico. Os bombeiros que já tinham sido chamados não chegavam. Um popular atou uma corda à ponte e desceu pelas terras de modo a conseguir chegar junto de familiares. Os bombeiros chegam entretanto e são avisados que podem descer pela mesma corda mas não o fazem. Aventuraram-se, a pé, contra a corrente. Mas ao sentirem o perigo recuam não mais voltando a tentar.A minha indignação e o que me leva a escrever-vos são perguntas para as quais não encontro resposta. Se a água subisse que aconteceria? A população que não tem sótãos ficaria com água pelo pescoço? Há quem diga que os bombeiros avançariam caso a população ficasse em maior perigo mas como fariam eles? Não conheciam o terreno e se até então não tinham avançado por falta de meios adequados como seria depois?Pessoas de etnia cigana diziam na comunicação social que eram discriminadas mas afinal não foram só elas. Esta população também o foi! E uma das situações que agravou tudo foi provocada pelas “magníficas” obras realizadas para eliminar as passagens de nível. Foi feita acumulação de terras para construir uma ponte e essas terras agora fazem barreira às águas. R.O.

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