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Já não levo a almofada quando viajo

Já não levo a almofada quando viajo

Aparenta ser tímida mas a nível musical dá mostras de alguma irreverência. É contraditório? Sou muito curiosa. Esta é a minha forma espontânea de viver a vida. Eu não gosto de ir na carneirada. Gosto da minha individualidade. Gosto de poder manifestá-la.Leva objectos pessoais consigo quando viaja. Coisas que a façam sentir em casa?Já viajei com a minha almofada mas os meus meninos (os músicos) ralharam tanto comigo que me deixei disso. Mas continuo a levar imensa tralha. Eles dizem que as minhas malas são os sarcófagos. Há lá de tudo um pouco. Tudo aquilo que considero ser útil. E eles gozam mas quando lhes falta alguma coisa sabem a que porta devem ir bater. É bom viajar tanto por locais tão diferentes? É complicado andar na estrada. As pessoas acham que é uma vida glamourosa, aventurosa, não é nada. É de hotel em hotel. De aeroporto em aeroporto. O palco sim, pelo palco vale a pena. Pelo contacto com o público. Pela possibilidade de mostrar o que tenho para dar. Telefona muitas vezes para casa? Duas vezes, no mínimo. Esteja na Rússia, no Japão…Jet-setNão me diz nadaE o Jet-lag (efeito provocado pelas diferenças horárias)?Depende do local. Geralmente quando vamos para muito longe tentamos ter dois dias de descanso antes dos concertos mas já me aconteceu ir de Los Angeles (Estados Unidos) para Melbourne (Austrália) e fazer um concerto à chegada. Foi terrível. Aquilo dói no corpo. São dores físicas. Mas há sítios onde se nota mais o jet-lag que noutros. Quando viajo para o Japão, por exemplo, não me faz diferença nenhuma.Como é o público japonês? Adora-me. Criou uma grande afinidade comigo. É um público certinho. Muito educado. A tradução dos poemas que canto vai passando nuns ecrãs. Os japoneses, de um modo geral, falam mal inglês e percebem ainda pior. Durante o concerto estão sossegados. Só se libertam no fim. É uma questão cultural. Os escandinavos também são assim contidos. Só sentimos o calor do público na última música e nos encores.Já se esqueceu da letra de uma canção durante um espectáculo?Éne vezes. Invento. Os músicos riem-se mas há uma cumplicidade. O segredo é ir em frente. Só me aconteceu uma vez parar. Foi com o único tema brasileiro deste reportório novo, a Rosa. Foi logo no início. Parei. Foi durante a gravação ao vivo do DVD. Parei e recomecei. Um espectáculo requer grande concentração.Aceitava fazer publicidade?Nunca fui convidada mas nunca faria publicidade apenas para ganhar dinheiro. Se publicitasse algo teria que ser algo que valesse a pena. É um bom garfo? Sou vegetariana mas não sou fundamentalista. Não como carne. Como algum peixe.
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