É com sentimento de mágoa que, na qualidade de Fundadora, Investigadora e Presidente da Associação da Casa-Memória de Camões em Constância, a que acrescentei com o apoio da Câmara Municipal local o Jardim-Horto de Camões, verifico serem postos em causa os termos em que encontrei uma solução para salvar este espaço exclusivamente de interesse pedagógico. Reconhecendo o interesse desta finalidade pedagógica, pois anualmente ali ocorrem milhares de alunos das escolas do ensino básico e secundário de todo o país, acompanhados dos respectivos professores, a Secretaria de Estado do Apoio Educativo e Administrativo, sob égide dos diferentes governos, sempre prestou ao Horto de Camões um subsídio anual, sendo muito lisonjeiros os termos em que eram concedidos tais apoios. A actual crise económica e financeira que o país atravessa cortou todos os subsídios a partir de 2002, sendo assustador o estado de degradação a que chegou. Para as visitas de estudo, uma vez que a nossa consócia D. Cesaltina Jofre deixou de poder acompanhá-las, passaram as funcionárias do Posto de Turismo a fazer tais visitas, o que continua a acontecer em relação a visitas que não são promovidas por escolas.Esta situação de falta de apoios do Ministério da Educação que também, através da Secretaria de estado do Ensino Superior, subsidiava os Fóruns Internacionais de Estudos Camonianos (e os Cursos de Extensão Universitária) ficaram irremediavelmente suspensos na mesma data. Assim estão em curso e bom andamento as nossas conversações com a Fundação Oriente, para recomeçarmos, o mais brevemente possível, tais iniciativas de interesse pedagógico, dando ao programa da Associação um cunho nacional e internacional. Nunca para pagar a pessoal, ainda que muito preparado. Foi em face da situação em que se encontrava a Associação, o que me levou a assinar o Protocolo com a Câmara local, não devendo esquecer que esta é Fundadora da Associação e preside à Assembleia-Geral.Pelo exposto nas referências do artigo publicado pelo Jornal que V. Exª dirige e que sempre nos apoiou, pretende-se levar a gestão da Associação para parâmetros que nunca consenti ao longo de mais de 40 anos à sua frente, pois não está ligada a qualquer quadrante político ou religioso como mandam, aliás, os seus Estatutos. Quanto à atribuição de encargos da Directora Executiva, eles são inteira e devotamente levados a cabo gratuitamente. A Presidente é estranha a outras circunstâncias, lamentando que o seu exercício pedagógico no Horto seja objecto de protestos. Pela publicação destes esclarecimentos ficarei muito grata. A Fundadora e Presidente da Associação Manuela de AzevedoNota: O esclarecimento refere-se a notícia publicada na edição de 31 de Janeiro que dava conta de protestos de eleitos do PS na Assembleia Municipal de Constância pelo facto da professora Ana Maria Dias, destacada para o Centro de Ciência Viva, prestar pontualmente serviço do Jardim-Horto de Camões.