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Hugo Carvalho regressou à competição depois de um longo interregno

Campeão Nacional de Iniciados de Supermotos é de Rio Maior

Na primeira época a sério, o riomaiorense Hugo Carvalho sagrou-se recentemente Campeão Nacional de Iniciados de Supermotos. Apesar de já ter 25 anos este ano quer discutir o título principal da modalidade.

O jovem riomaiorense Hugo Carvalho sagrou-se recentemente Campeão Nacional de Iniciados de Supermotos, uma conquista que só se concretizou depois de vencer as duas mangas da última de seis provas que compõem o campeonato, que é uma espécie de segunda divisão da modalidade que se disputa em pistas alcatroadas. Um triunfo difícil mas muito saboroso que ainda hoje o deixa com um sorriso de orelha a orelha.Hugo Carvalho é descendente de uma família apaixonada pelas motos. O pai participou, até aos 45 anos, nos campeonatos nacionais de todo-o-terreno e o pequeno Hugo desde muito cedo que começou a andar de moto. Tinha oito ou nove anos quando experimentou pela primeira vez as duas rodas com motor e aos 14 anos começou a competir nos campeonatos nacionais de enduro e todo-o-terreno, onde chegou a ser vice-campeão nacional de mini-enduro.O pai e os amigos deram-lhe todo o apoio e quando tudo indicava que ia ter uma carreira profícua no mundo das motos, teve um problema que o afastou da competição durante nove anos. “Não consegui conciliar os estudos e a competição, e mesmo gostando muito de me ver a seguir a carreira de piloto, os meus pais não hesitaram e fizeram-me voltar à realidade. Os estudos eram bem mais importantes do que a competição”, refere Hugo Carvalho, agora com 25 anos.Foi com uma mágoa muito grande que durante nove anos só pegava na moto ao fim de semana para dar umas pequenas voltas com os amigos. “Foi um castigo muito grande, mas muito justo, os meus pais só quiseram o meu bem. Mas foi difícil, a minha grande paixão são as motos”, reconhece o jovem piloto com os olhos a mostrarem ainda alguma nostalgia.Apesar dos nove anos de escuridão na mente de Hugo Carvalho ouve sempre uma luz que alumiava a vontade de voltar a competir numa moto. A esperança nunca se esvaneceu. Fez o décimo segundo ano, não quis ir mais além nos estudos, começou a trabalhar na empresa de construção civil dos pais. “Eles precisavam aqui de mim na empresa e eu também precisava de começar a trabalhar. Não tinha muito interesse em enveredar por outra carreira, e aqui estou a cumprir a minha obrigação com toda a dedicação, mas o bichinho das motos nunca me abandonou”. Um regresso em cheioQuando atingiu a idade de se responsabilizar pelos seus actos, Hugo Carvalho convenceu o pai a trocar-lhe a moto de todo-o-terreno que tinha por uma moto de estrada que desse também para andar em terra, conseguiu, sem que com isso entrasse logo em competição. “Comecei a ir com os amigos a alguns kartódromos fazer umas brincadeiras, e curiosamente, mesmo sem sequer saber muito bem como se conduzia uma moto em pista gostei e comecei a tirar uns tempos bons, e cheguei junto do meu pai e disse-lhe que ia voltar a competir”, recorda o jovem piloto.Numa primeira reacção os pais tentaram tirar-lhe essa ideia da cabeça, mas ele estava decidido e não lhe colocaram mais entraves. “Comprei o equipamento com os meus recursos próprios, tirei um curso de supermotard, e comecei a andar. Nas primeiras provas do campeonato nacional com algum receio, mas logo com bons resultados. Na primeira prova fiz um segundo lugar na primeira manga, ficando muito perto do primeiro e o entusiasmo ainda se firmou mais”.O material que tinha dava para ver que não chegava para disputar o primeiro lugar, mas dava para ficar logo a seguir. A meio do campeonato foi treinar a Évora com o seu amigo Ricardo Domingos, que é também patrocinador e colega de treino. A determinada altura o amigo cedeu-lhe a sua moto para dar umas voltas. “Foi espectacular à segunda volta que dei à pista tirei dois segundos ao melhor tempo feito pelo Ricardo, isto sem estar habituado à moto, e logo ele me disse que eu não ia fazer a prova com a minha moto mas com a dele, e houve frutos, venci a primeira manga e fiquei em segundo na outra, e relancei a luta pelo campeonato”, disse com entusiasmo Hugo Carvalho.“Fiquei convencido de que com uma moto daquelas podia ainda disputar o primeiro lugar. Comprei uma Suzuki 4,5, habituei-me muito bem e rapidamente comecei a aproximar-me do primeiro lugar. Foi excepcional venci as últimas quatro provas e consegui chegar ao título”, conta Hugo Carvalho.Foi uma época muito boa e por isso Hugo Carvalho deu de tal forma nas vistas que foi convidado para fazer uma demonstração de supermotos na abertura do Mundial de Rallis, que vai ter lugar no Estádio do Algarve.Também para o futuro Hugo Carvalho já tem aspirações a curto prazo. Subiu à categoria máxima das supermotos e quer bater o campeoníssimo Cristiano Fernandes. Para que isso seja possível precisa de mais apoios. “Estou muito esperançado em conseguir fazer todo o campeonato, e em conseguir arranjar apoios indispensáveis. Por mim tenho a certeza de que vou conseguir lutar até ao fim pela vitória”, garantiu.

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