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Antiguidades voltam ao Quilómetro Lançado de Valada

A estrada nacional entre Ponte do Reguengo e Valada foi palco de uma corrida de automóveis de outros tempos. No domingo, pelas 11 horas, a estrada encheu-se de viaturas antigas e de público para assistir ao Quilómetro Lançado de Valada, numa recriação da prova que em 1906 foi considerada “a primeira coroa de glória do real Automóvel Clube de Portugal”. Foram cerca de trinta os “bólides”, produzidos até 1924, que participaram na corrida. Estacionados na berma do circuito a percorrer, fizeram as delícias do público presente enquanto os seus condutores se certificavam de que estava tudo em ordem. Um a um foram partindo em direcção a Valada, enquanto a assistência se divertia com o ruído das buzinas de há quase cem anos e com a fumarada provocada por alguns dos motores mais antigos. “Aquele parece que veio da guerra”, ouviu-se entre o público. Alguns ainda tiveram que recorrer ao empurrão para fazer andar as suas máquinas mas não houve desistências.Apesar do esforço, ainda não foi este ano que se bateu o recorde conquistado em 1906 por José Aguiar. Ao volante de um Ford, o condutor conseguiu uma média de 82,568km/h, em 43m30s. Este ano o vencedor da corrida foi Filipe Vasconcelos de Leiria, ao volante de um Dodge de 1915, e esteve bastante perto de bater o recorde ao completar o percurso em 43m33s. Em segundo lugar ficou Fernando Paulo Martins, que conduziu um Rolls-Royce Silver Ghost, de 1913. No último lugar do pódio ficou Amorim Nunes, condutor de um Ford T de dois lugares, de 1915. Nas motos o vencedor foi Norberto Filho com uma Wanderer de 1911. Ainda nos automóveis, mas na categoria dos anteriores a 1904, venceu Tiago Gouveia, com um Peugeot de 1899.Durante o desfile de antiguidades nem os trajes dos condutores foram deixados ao acaso. Maria José Brilhante, vestida a rigor, foi a única mulher a dirigir um dos veículos. Ao volante de um Ford T de 1910, a condutora conseguiu um sexto lugar. “O lugar é o que menos me interessa. Decidi participar pelo divertimento e pela beleza do evento”, confessou. Maria Brilhante ganhou o gosto por automóveis antigos através do marido. “Acabei por começar a gostar, mas no que toca a manutenção do carro já não é nada comigo. Fico-me pela limpeza e apoio moral”, brincou. Depois das duas mangas que constituíram a prova, os concorrentes seguiram até Valada para o almoço de entrega de prémios. A Câmara Municipal do Cartaxo, organizadora do evento, em colaboração com o Automóvel Clube de Portugal e Junta de Freguesia de Valada, considerou que a prova voltou a ser um êxito e destacou a grande afluência de público. Para o ano fica a promessa de ser quebrado o recorde conseguido há mais de 100 anos.

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