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Pedro Morgado nasceu em Santarém mas faz do surf um modo de vida

É campeão universitário e esta época quer dar nas vistas nos nacionais e europeus

Nascido na capital do Ribatejo há 24 anos, e depois de ter praticado skate durante algum tempo, Pedro Morgado é um nome em ascensão no surf português. Já ganhou alguns campeonatos universitários mas este ano quer fazer boa figura nos nacionais e no campeonato da Europa.

Ser surfista e viver numa cidade que fica a 60 quilómetros do mar não é tarefa fácil mas é dessa forma, dividido entre Santarém e Peniche, que Pedro Morgado, 24 anos, tem construído uma carreira que já lhe vale algum respeito nos meandros do surf nacional. Em 2006 foi Campeão do Circuito Universitário da Escola Superior de Tecnologia do Mar de Peniche (ESTM) e Campeão do Lost Surf Jam 06. Foi ainda vice-campeão do Circuito Universitário de Lisboa e do Open Baleal Surf Camp.Na época passada participou na fase final do Campeonato Nacional de Surf, onde só estiveram os melhores 24 surfistas nacionais e ficou no 22º lugar, posição muito prejudicada por apenas ter participado em 6 das 8 etapas que compõem o circuito português. O seu melhor resultado foi o quinto lugar na prova de Peniche, onde foi eliminado nos quartos-de-final pelo finalista David Raimundo.Estes resultados compensam muito do esforço feito ao longo de uma década. Desde os 14-15 anos que Pedro Morgado faz várias vezes por semana o trajecto entre Santarém, onde reside, e Peniche, onde costuma treinar. O facto da família ter uma casa na cidade piscatória ajudou, sobretudo em época de férias escolares, em que a permanência junto ao mar era quase sempre uma constante.Nos primeiros anos, ir de Santarém a Peniche demorava mais de hora e meia de autocarro, por estradas cheias de curvas onde nem sequer se conseguia descansar convenientemente. As coisas só ficaram mais fáceis quando comprou uma mota e mais tarde quando tirou a carta de carro. Agora, com a auto-estrada, é mais fácil e o trajecto faz-se em pouco mais de meia hora.Antes de experimentar o surf, Pedro Morgado praticava skate. No entanto não demorou muito para que a “paixão de estar dentro de água” o fizesse optar pelo surf, até porque começou a aperceber-se que tinha algum jeito. Além do contacto com o mar, o que mais o atrai na modalidade é a maneira de estar na vida e a atitude positiva e saudável dos surfistas. Praia e sol são dois condimentos que completam as maravilhas do surf. Aos mais novos aconselha a dedicarem-se o máximo à modalidade, nem que para isso tenha de abdicar um pouco do tempo a passar com as namoradas e os amigos.A passagem da fase amadora para a fase mais sério aconteceu quando sentiu que tinha nível suficiente para participar em campeonatos e conseguiu alguns apoios de marcas. Nesta altura tem apoio de um site dedicado ao surf que lhe trata da imagem, de uma fábrica de pranchas e de uma marca de fatos. Ainda assim precisa de mais apoios monetários que lhe permitam participar nas provas do campeonato da Europa.Fazer do surf profissão Consciente que a idade já não lhe vai permitir desenvolver uma grande carreira internacional e recém-formado em hotelaria e turismo, Pedro Morgado começa a pensar em criar uma empresa ligada ao surf e ao turismo. O importante é poder manter-se ligado à modalidade e para rentabilizar os seus conhecimentos vai dando aulas de surf. Criar uma escola e desenvolver um centro de prática da modalidade que possa acolher portugueses e estrangeiros. O facto de ter estudado em Peniche permitiu-lhe estar mais próximo do mar. Mas nem assim era fácil conciliar as duas coisas, sobretudo quando as frequências e os exames coincidem com determinadas provas. “Com vontade e querendo consegue-se lá chegar”, assume. Actualmente treina cerca de quatro horas por dia, duas de manhã e duas à tarde. Tudo depende do estado do mar e do tempo disponível.Ao longo destes anos que leva de modalidade, o surfista de Santarém já percorreu praias de várias latitudes. Já esteve nos Açores, em Marrocos, no Brasil, Espanha e França, sempre com a prancha como companheira. O mar já lhe pregou alguns sustos e provocou duas lesões que o fizeram parar quatro meses de uma vez e dois de outra devido a fracturas nos pés. As mazelas são compensadas com os bons momentos que o surf lhe trás. E quais são esses momentos? “Os que acontecem diariamente sempre que as ondas o permitem. Há dias épicos, quase perfeitos, em que as ondas estão perfeitas”, explica com visível alegria.Esta época, Pedro Morgado quer estar em forma em Abril, para participar na etapas do campeonato da Europa que se realiza em Peniche. Depois quer dar nas vistas em mais etapas do circuito europeu onde também pretende participar. No campeonato nacional quer “melhorar um pouco” e tentar chegar às fases de um contra um, a partir dos quartos de final.

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