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Desaparecimento de documentos mina confiança entre vereação da Câmara do Entroncamento

Desaparecimento de documentos mina confiança entre vereação da Câmara do Entroncamento

O extravio de documentos oficiais foi denunciado na última reunião do executivo
Desapareceram 14 documentos originais da Câmara do Entroncamento. Os documentos estavam na sala dos vereadores para estes tomarem conhecimento do seu conteúdo. O alerta foi dado pelo vereador Fanha Vieira (PSD) na reunião do executivo de segunda-feira. “Os documentos não voam e alguém tem de os ter”, disse. Os vereadores socialistas mostraram-se surpreendidos e afirmaram desconhecer a situação. O vereador do Bloco de Esquerda, esteve ausente da reunião. “Vamos ter que rever os procedimentos administrativos porque a relação de confiança entre a vereação foi quebrada”, disse a O MIRANTE Fanha Vieira, após denunciar a situação. Os documentos em causa em nada afectam o normal funcionamento da autarquia. Dizem respeito a tomadas de posição de vários partidos na Assembleia da República, decisões da Comunidade Urbana do Médio Tejo ou, por exemplo, um exemplar da Lei das Finanças Locais. “A questão não se prende com a importância dos documentos – apesar de todos serem importantes – mas sim com o princípio”, disse o vereador, quando questionado sobre a importância do assunto. Fanha Vieira salientou ainda que considerou a situação susceptível de figurar na acta da reunião por se tratar de um extravio de documentos oficiais e originais. Além disso, o caso serve também como chamada de atenção aos vereadores da oposição, que, segundo Fanha Vieira, têm sido “algo displicentes” em relação aos documentos que lhes são apresentados para conhecimento. “Há documentos para assinar desde Novembro do ano passado, o que não tem justificação”.Os documentos desaparecidos tinham sido colocados na sala dos vereadores, num cacifo próprio, criado para o efeito. O procedimento normal deveria ser os vereadores dirigirem-se ao referido cacifo, ver os documentos e assiná-los. Mas dos 18 que lá se encontravam no final do ano, só quatro se mantêm no local, à espera da assinatura dos vereadores da oposição. A situação foi descoberta por uma funcionária, que precisou de um desses documentos e não o encontrou. “Ainda bem que há um livro onde as funcionárias tomam nota dos assuntos de expediente que chegam à câmara e anotam o dia em que os documentos são colocados no cacifo para serem assinados”, disse o vereador.Os vereadores eleitos pelo PS mostraram-se surpreendidos com a questão. Alexandre Zagalo afirmou “ser totalmente alheio” à situação, adiantando não saber sequer que havia um cacifo próprio contendo documentos para conhecimento dos vereadores. Também Ezequiel Estrada refutou qualquer responsabilidade no extravio da documentação. “Limito-me a recolher o expediente. Poderá eventualmente algum documento ter ido junto ao meu expediente mas não me recordo disso ter acontecido”.O presidente da câmara, Jaime Ramos (PSD), disse “estranhar” a situação mas pôs um ponto final do assunto – “se não são os vereadores do PS só pode ser o vereador do Bloco de Esquerda que tem os documentos, talvez para os analisar melhor”, disse, adiantando só ter sabido da sua ausência da reunião, por convalescença de uma cirurgia, pouco tempo antes de ela se iniciar. “Quando ele voltar, pode ser que o assunto fique resolvido”. O MIRANTE tentou contactar Henrique Leal mas o vereador do BE manteve o telefone desligado até ao fecho desta edição.
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