Seis mil e cem dos 7500 hectares do denominado Campo de Tiro de Alcochete (CTA), local alternativo para a localização do novo aeroporto internacional, estão integrados no concelho de Benavente. Os restantes 1400 hectares pertencem ao concelho do Montijo. O presidente da Câmara Municipal de Benavente não gosta de ouvir as referências ao município de Alcochete que são uma consequência de um nome enraizado há mais de um Século. “Os militares designaram o Campo de Tiro como de Alcochete, mas de facto, a maioria da área está no concelho de Benavente, freguesia de Samora Correia”, explica o autarca a O MIRANTE. Na década de 90, o edil defendeu a instalação do aeroporto nos terrenos do campo de tiro como alternativa à hipótese de Rio Frio. António Ganhão considera que os argumentos que utilizou continuam a ser válidos. Construir o aeroporto nos terrenos ocupados pela Força Aérea Portuguesa seria mais económico e teria menos impactos. “Se os aviões militares fazem treino de tiro lá e não há impactos negativos para a flora e fauna, certamente também não haverá com voos comerciais”, refere. António Ganhão sublinha ainda o facto do terreno ser plano e de ser propriedade do Estado. “Isto representa uma enorme mais valia”, frisa. Contudo, o autarca comunista sublinha a necessidade de garantir que a Zona de Protecção Especial (ZPE) que inclui o estuário do Tejo, seja protegida. “É uma área intocável que tem que ser salvaguardada porque as pressões serão mais que muitas”, adianta.Confrontado com as maiores vantagens da opção CTA em relação à Ota, Ganhão refere que a distância para o concelho de Benavente é quase idêntica. A maior vantagem é as receitas que o aeroporto pode gerar ao nível dos impostos a cobrar para a construção das infraestruturas de apoio ao aeroporto e tudo o que um aeroporto gera à sua volta. “Há um conjunto de impostos directos que são uma enorme mais valia para o concelho que acolher o aeroporto”, adianta.Apesar das vantagens, António Ganhão lembra que caso a escolha recaia no seu concelho, o município terá de se preparar para reagir à pressão urbanística. O edil coloca o interesse nacional acima do municipal e espera que o Governo faça a melhor opção. O autarca diz ainda que o seu município não fará pressão por nenhuma das opções porque considera que os lobbies são um pau de dois bicos e “podem gerar lobbies contrários”.