A antiga pousada de São Pedro, junto à albufeira de Castelo do Bode vai ser transformada em lar de luxo para a terceira idade. O edifício foi adquirido pela ABES – Companhia de Assistência, Bem-Estar e Serviços para Seniores. Uma empresa que tem como principal accionista o ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, António Lourenço dos Santos, natural de Tomar.A venda do edifício da antiga pousada da Enatur foi concretizada recentemente e, apesar de não ter sido divulgado publicamente o montante, O MIRANTE apurou que o negócio rondou um milhão de euros. O equipamento foi colocado à venda por 1,1 milhões de euros poucos meses após o seu encerramento, em Outubro de 2003, altura em que o grupo Pestana passou a gerir a rede das Pousadas de Portugal. Na altura o grupo hoteleiro considerou, com base numa análise económica efectuada anteriormente pelo Estado, que a pousada não tinha condições de sobrevivência. Desde 1993 que o equipamento obtinha resultados operacionais negativos.As obras de remodelação e adequação da antiga pousada para lar da terceira idade já se iniciaram, tendo a empresa solicitado à Câmara de Tomar a respectiva licença, aprovada na reunião do executivo da semana passada. Uma das situações que condicionava a compra do edifício era a que se prendia com o abastecimento de água. A pousada sempre funcionou com água puxada directamente da barragem, acordo feito entre a EDP e a Enatur, aquando da venda do edifício, por parte da empresa de electricidade, à empresa estatal do ramo hoteleiro. Um acordo que terminou com o encerramento da pousada. O novo proprietário terá de fazer a ligação das condutas à rede municipal de abastecimento de água.Os trabalhos estão a cargo de uma construtora de Lisboa e, de acordo com o encarregado, só no final do ano o espaço estará em condições para entrar em funcionamento. Apesar de o edifício se encontrar em boas condições, é necessário fazer grandes alterações no seu interior para, à luz da legislação em vigor, poder receber idosos. “O interior foi quase todo deitado abaixo”, confirma o responsável da construtora, adiantando que as portas vão ser mais largas e que as casas de banho têm de ser adaptadas a deficientes. As escadas de acesso ao primeiro andar também vão ser remodeladas e vai ter de ser colocado um elevador maior, para albergar cadeiras de rodas. “Ainda vai aqui ser gasto muito dinheiro”, confirma o encarregado, escusando-se no entanto a divulgar o valor orçamentado para as obras.