Até 30 de Junho, data limite para recepção de candidaturas, o júri do I Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno recebeu 133 trabalhos provenientes de diversos pontos do país, tendo apenas dois sido excluídos por não cumprirem o regulamento do concurso. As 131 obras, com predominância da Grande Lisboa, Vale do Tejo e Grande Porto, excederam as expectativas por se tratar da primeira edição do prémio. Na região, a avaliar apenas pelos carimbos dos correios, foram recebidas obras de Tomar, Torres Novas, Benavente, Santarém e Vale de Santarém. Segundo o presidente do Instituto Bernardo Santareno (IBS), entidade criada pela Câmara de Santarém para homenagear a obra do dramaturgo escalabitano, há que apreciar todos os trabalhos para que a 30 de Setembro possa ser atribuído o prémio no valor de 15 mil euros. Vicente Batalha admite no entanto que, dado o número de obras a concurso, o vencedor – se o júri não entender que não existem obras com qualidade suficiente - só venha a ser revelado em Outubro. A obra premiada será editada com o apoio do IBS e far-se-ão todos os esforços para que seja levada ao palco. O presidente do IBS lamentou que não fosse possível fazer a melhor divulgação do prémio, particularmente na televisão, devido à parcimónia dos meios financeiros, mas lembrou que o número de obras candidatas compensou bastante esse facto. Além da comunicação social o regulamento do prémio foi enviado para bibliotecas, escolas, universidades e politécnicos. Das obras já lidas, Vicente Batalha salienta para já o “teatro muito violento na linguagem e na acção sobre a condição humana”, além do tema sobre a nossa história recente do pós-25 de Abril. Destaca ainda a qualidade dos títulos que prometem temas ainda mais interessantes. Recorde-se que além de Vicente Batalha o júri do concurso é composto por José Manuel Mendes, escritor e presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Abel Neves, escritor, dramaturgo e representante da Sociedade Portuguesa de Autores e pela actriz e encenadora Fernanda Lapa.