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Um campo de arroz transformado em enorme pista de ski aquático

Um campo de arroz transformado em enorme pista de ski aquático

Quinta Grande em Coruche tem uma escola da modalidade há dez anos

A escola de ski da Quinta Grande recebe alunos e praticantes de todo o país e do estrangeiro, mas em Coruche são poucos os amantes desta modalidade.

Um terreno onde se cultivava arroz na Quinta Grande em Coruche foi transformado num grande lago onde hoje se pratica ski aquático e wakeboard. O projecto nasceu há dez anos a partir da paixão da família Simões, que também faz parte da administração da quinta agrícola, por este desporto. Com uma lagoa artificial com um comprimento 690 metros, uma largura de cem metros e a uma profundidade de 1,55 metros em toda a área o espaço está apto a receber provas oficiais. Inicialmente o lago foi construído com o objectivo da família, praticante da modalidade, treinar para provas, mas depois transformou-se naquilo que é hoje: uma escola que recebe pessoas de todo o país e do estrangeiro. Francisco Simões, campeão nacional de slalom por três vezes e responsável pela escola de ski, conta que já passaram pela Quinta Grande 2.900 alunos diferentes e muitos deles continuam a usar o espaço. “Há muita gente que vem de Lisboa praticar um pouco e depois regressa ao trabalho”, salienta, acrescentando que tem pena que as pessoas de Coruche não aproveitem mais o recinto. Para Francisco o facto de ser um desporto caro não serve de desculpa porque nos cafés “se calhar ainda se gasta mais dinheiro e não faz bem à saúde”. Há praticantes que se deslocam do Algarve, de Tomar, de outras localidades do continente. Mas 85 por cento são oriundos de Lisboa. Uma aula custa 28 euros e na primeira lição já se fica a saber andar de ski. Mas os preços podem ser mais baixos se se comprarem cartões de dez lições ou entrar para sócio do clube. O responsável da escola explica que cinco minutos de ski equivalem a uma hora de ginástica intensa. E é um desporto completo em que se trabalham os músculos todos. Não há idade para começar nem para praticar. Francisco Simões, que começou neste desporto com dez anos, lembra que já teve um aluno de 84 anos, realçando que não é preciso ter grandes qualidades para praticar a modalidade. “É preciso ser-se mesmo muito desajeitado para não conseguir fazer ski”. Este projecto é também uma forma de valorizar um espaço agrícola numa zona onde a agricultura tem vindo a perder terreno. O Ski Clube Quinta Grande faz parte de uma exploração agro-pecuária centenária com uma extensão de 1.500 hectares. A par com o desporto praticam-se as tradicionais culturas da região, tais como o arroz, milho e tomate, além de produzir vinho. A quinta fica situada a cinco quilómetros de Coruche e a 45 minutos de Lisboa. A escola está aberta todo o ano e funciona por marcações. Dispõe de loja de venda de equipamentos, mas quem quiser aprender apenas precisa levar uns calções de banho. O lago tem uma pista de slalom e de saltos homologada. O ski aquático esteve durante vários anos esquecido em Portugal e só em 1987 recomeçaram as competições. A Federação Portuguesa de Ski Náutico foi constituída em 1992. Não há números rigorosos mas estima-se que existam em Portugal mais de dez mil praticantes da modalidade. Nos dias 8 e 9 de Setembro a Quinta Grande recebe um prova internacional de slalom.
Um campo de arroz transformado em enorme pista de ski aquático

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