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Repousado Serafim das Neves

Neste tempinho de calor até o computador transpira quando temos que escrever. O meu transpira e rosna. O ruído vem das entranhas da máquina. O técnico disse-me que é um problema de refrigeração. Não foi bem o técnico, foi o meu cunhado que tem umas luzes. Portugal é um país luminoso. Temos todos umas luzes de qualquer coisa. Eu não sou excepção. Agora meti-o na arca frigorífica a ver se lhe passam as maleitas. Ao computador, claro. Só tem uns rabinhos de fora que servem para o manter ligado à corrente, ao teclado e ao monitor. Resultou. Não sei se é do isolamento da tampa da arca mas já não o oiço rosnar. Quem não se dá bem com o calor é o presidente da Câmara de Mação. Perante a avalanche de requerimentos da oposição socialista, soçobrou. Mandou dizer que não responde. Decidiu pedir um parecer. Acho que o assunto foi tecnicamente mal resolvido ou então o senhor Saldanha Rocha quer inovar. Então quando um político se vê atrapalhado pede um parecer ou nomeia uma comissão? Eu acho que ele devia ter nomeado uma comissão para estudar o assunto. As oposições em Portugal trabalham muito à base de requerimentos. Seguem a filosofia da função pública. Foi pena terem acabado com o papel selado. O dinheiro que não entraria nos cofres do Estado nesta altura. Nos cofres do Estado e nos das autarquias. É só fazer as contas, como diria o ex - primeiro-ministro António Guterres. Vê lá tu o caso de Mação. Quarenta requerimentos, que são os que estão à espera de resposta, eram um balúrdio. Uma moda que está a pegar por estes lados é o mea-culpa. Só falta os autarcas começarem a bater com a mão no peito como se fazia antigamente na missa. Se calhar ainda se faz agora mas eu já não vou à missa há muito tempo. Aqui há tempos foi a presidente (ou presidenta?) da Câmara de Vila Franca de Xira que se arrependeu de ter aprovado a construção de uma piscina num loteamento em Castanheira do Ribatejo. A semana passada o presidente da Câmara de Tomar pediu desculpa aos moradores de Aboboreiras por ainda não terem chegado ao fim as obras da estrada. É um princípio saudável este. Cai bem. Mas ainda cairia melhor se fosse aplicada uma taxa agravada por cada mea-culpa autárquico. E com o dinheiro a reverter a favor do povo. No meu bairro já sei como íamos aplicar a massa. Nuns passarinhos fritos, pois claro. Com pãozinho quente e um branco gelado. Até nos lambíamos.Antes de me despedir queria fazer uma referência elogiosa ao comandante e à direcção dos Bombeiros da Golegã. Numa altura em que se generalizou o uso abusivo de equipamentos e viaturas para uso particular, eles decidiram dar o exemplo e deixaram de dar boleia nas ambulâncias a um trabalhador que tinham ao serviço. E nem o facto de estarem perante uma pessoa com deficiência, que ficou impossibilitada de continuar a trabalhar por não ter transporte, os fez recuar. As ambulâncias são para emergências, não são táxis. E mais nada! Além disso começaram a moralizar com o seu próprio pessoal, o que não deixa de merecer realce. Um cumprimento com muito ti-nó-nim do Manuel Serra d’Aire

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