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Fiquei desolado com Santarém

Cheguei a Santarém de comboio no domingo dia 5 de Agosto. Vivo em Algés e meteu-se-me na cabeça visitar a “capital do gótico”. Fiquei desolado. Para quem lá vive a cidade pode ser um paraíso. Para mim foi quase o inferno. E ainda por cima estava um calor dos diabos. Na estação disseram-me que aos domingos não há autocarros para o centro. Só de táxi. Fui para a zona dos táxis e não havia nem um para amostra. Esperei vinte minutos e nada. Um velhote que meteu conversa comigo disse-me que há muitos anos que pensavam fazer uma ligação ao planalto. Não percebi bem se era através de um funicular ou de um teleférico. Naquele momento chegava-me um táxi, um autocarro ou mesmo uma carrinha de caixa aberta das obras. Devia haver uma festa por aqueles lados porque junto à estação estava uma banda de música. Perguntei ao maestro de era difícil ir a pé até à cidade e ele disse-me que não. Quando a banda arrancou pela estrada fora fui atrás dela. Ao som da marcha ganhei ânimo. Infelizmente só tocaram cinco minutos. Deixei-os numa curva junto a um aglomerado decrépito de casas sujas e em escombros e comecei a trepar. Foi pior que a subida das Penhas da Saúde para os ciclistas da volta a Portugal. Mas cheguei. Alagado em suor, mas cheguei.Refresquei-me e ataquei a tal “capital do gótico”. Se calhar já estava mal disposto por causa da espera e da subida à pata porque achei que aquilo, de capital não tem nada e de gótico tem muito pouco para ser capital. Mas bem podia ser considerada a capital da calma. Um gato aqui, um cão acolá. Raras pessoas e tudo fechado. Explicaram-me que para ver gente e lojas só no centro comercial. Declinei o convite. Centros comerciais já conheço que cheguem. Por volta da hora do almoço estava a visita feita. Consegui um táxi, apanhei o comboio e regressei a casa…desanimado. Damião

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