O Festival do Alviela volta no próximo fim-de-semana a Vaqueiros (Santarém) sem que tenha sido atingido um dos objectivos dos mentores do evento: dar visibilidade ao problema da poluição no rio através do agendamento da questão para debate na Assembleia da República. A petição nesse sentido, com milhares de assinaturas e onde são reclamadas medidas, já foi entregue há muito mas até à data não há novidades. Com alguma ironia à mistura, Firmino Oliveira, presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros e reconhecido lutador dessa causa, dizia no final de Julho a O MIRANTE que “se calhar é preciso fazer nova petição para ser agendada a petição” encalhada algures num gabinete dos Passos Perdidos.O presidente da Câmara de Santarém, um dos mentores do festival, reconhece que era difícil fazer melhor num tão curto espaço de tempo. “Depois de tantos anos de combate pelo Alviela não vai ser fácil arrancar uma solução a gente completamente indiferente aos valores ambientais”, diz Francisco Moita Flores (PSD) numa crítica ao Governo que diz ter vindo a “empurrar o problema com a barriga”.Para o autarca, trata-se de uma estratégia para ganhar tempo até à chegada do novo quadro comunitário de apoio (em 2008), “porque se está a falar de muito dinheiro”. “O festival serve para manter essa chama acesa” e para a questão não ser esquecida em Lisboa, afirma Moita Flores reforçando que “o Alviela não é uma luta perdida, mas necessita de muito dinheiro”. Transportes gratuitos Alheios a essa e outras questões deverão estar muitos dos jovens que nas noites de sexta, sábado e domingo vão estar no recinto para curtir a música de grupos como os nacionais Xutos & Pontapés, Pedro Abrunhosa, 4 Taste, Mundo Secreto e Da Weasel, os brasileiros Classificados ou os franceses Vaguement La Jungle. O preço normal dos bilhetes para o festival será de 40 euros para 3 dias e de 20 euros para um dia. A organização disponibiliza autocarros gratuitos entre as estações da CP de Santarém e Entroncamento, que dão apoio ao festival, e o recinto. Quem se desloca de automóvel através da A1 deve sair em Torres Novas (se vier de norte) ou em Santarém (se vier de sul) e apanhar a EN 3 que dá acesso a Vaqueiros.O festival foi criado em 2006 e tem lugar em Vaqueiros, num espaço adaptado na margem esquerda do rio. O ano passado decorreu em Setembro. A intenção é chamar a atenção para os problemas de poluição que afectam o rio que nasce no concelho de Alcanena e desagua no Tejo na freguesia de Vale de Figueira, no concelho de Santarém. A iniciativa proporciona ainda a realização de múltiplas actividades lúdicas e radicais aos participantes e disponibiliza diversa informação pedagógica e formativa relacionada com a temática ambiental.O recinto conta com um parque de campismo de apoio, um espaço interactivo com acesso à Internet através de sistema wi-fi, desportos radicais, espaço monitorizado com jogos e entretenimento para crianças, uma aldeia de restauração, tenda de projecção de filmes entre outras valências.