A centenária Feira Nacional da Cebola, que decorre em Rio Maior de 30 de Agosto a 03 de Setembro, tem vindo a perder importância, mas é ainda o maior certame do género no país, considera a autarquia. Manuel Brites (PS), o vereador responsável pelas feiras e mercados, reconheceu em conferência de imprensa que, com a evolução da agricultura, a tendência é para o fim deste tipo de certames, embora seja intenção da autarquia "preservar ao máximo" aquela que continua a ser a feira da cebola por excelência a nível nacional.Tendo em conta a altura do ano em que se realiza, a mais indicada para a comercialização deste tipo de produto, é no certame de Rio Maior que acontece o grosso das transacções, embora Manuel Brites reconheça que tem havido uma diminuição do número de produtores presentes e da quantidade vendida. Segundo disse, no certame deste ano estarão presentes 38 produtores, na sua grande maioria provenientes da freguesia de Alvorninha, do concelho vizinho das Caldas da Rainha, com tonelada e meia de cebola para transaccionar.Com origem num decreto do rei D. José, de 1761, a feira da cebola de Rio Maior adquiriu o estatuto de certame nacional há duas décadas. Na sua origem, a feira da cebola servia para o escoamento dos produtos agrícolas e pecuários e, ao mesmo tempo, para os lavradores se abastecerem de produtos e utensílios para o resto do ano, como os metalúrgicos e têxteis vindos da zona serrana e o sal das salinas de Rio Maior.Os ceboleiros presentes, alguns dos quais vêm a esta feira desde há 40 ou 50 anos, mantêm a tradição de exibir a encamba, os cabos de cebolas entrançadas que penduram nas tendas. A autarquia tem procurado manter a importância do certame, associando-lhe nos últimos anos outras iniciativas, como uma mostra das actividades do concelho, este ano com 70 stands, e o regresso da feira franca, com 60 pontos de venda colocados no exterior do Pavilhão Multiusos, onde decorre o evento. Por outro lado, o espaço ocupado pelos ceboleiros é cedido gratuitamente, como incentivo à sua presença, adiantou Manuel Brites.O programa do certame inclui a realização, quinta-feira à tarde, de um colóquio sobre os mecanismos de rentabilização florestal, tendo em conta que Rio Maior, com 48 por cento da sua área preenchida por floresta, é um dos três concelhos (juntamente com Cadaval e Azambuja) que integram a primeira Zona de Intervenção Florestal do país, afirmou. As noites serão animadas por vários espectáculos musicais, a começar, dia 30, com Emanuel.O presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Silvino Sequeira (PS), entretanto, pediu já aos visitantes compreensão pelo facto de todas as entradas da cidade estarem em obra, no âmbito do projecto de requalificação urbana da autoria do arquitecto Manuel Salgado.