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Adelaide Ferreira

47 anos, telefonista, Manique do Intendente (Azambuja)

“Conduzo daqui para o Algarve sem problemas, mas meter-me em Lisboa não. Prefiro deixar aqui o carro na Azambuja e ir de comboio. É mesmo o único sítio para onde não levo o carro”.

Qual é o seu livro de cabeceira?Estive a ler o livro “Uma dose de droga, um grama de esperança” do jornalista Daniel Oliveira e gostei muito. Conta a sua história da vida com muitos problemas porque os pais eram toxicodependentes. É um pouco chocante. Tem partes que são dramas autênticos. É espantoso ver como ele conseguiu viver uma infância dentro daquele esquema sem ter entrado. Nunca fumou um cigarro e sempre acompanhou os pais a todos os sítios. Mesmo quando iam comprar droga…Chama a atenção quando se sentam na fila da frente no cinema?Também não vou muito ao cinema, mas quando vou tento arranjar um sítio para espreitar. Não sou pessoa de levantar problemas.Arrisca-se a conduzir em Lisboa?Fujo completamente. Conduzo daqui para o Algarve sem problemas, mas meter-me em Lisboa não. Prefiro deixar aqui o carro na Azambuja e ir de comboio. É mesmo o único sítio para onde não levo o carro. Sente dificuldades por ser mãe de uma jovem com deficiência?Sinto que não tenho a resposta adequada até porque a Cerci de Azambuja não tem grandes condições. A minha filha já esteve em Faro e em Rio Maior e era diferente. Em todas as instituições a minha filha tinha aulas de equitação e tenho pena que não tenha aqui. Quando temos um centro hípico à porta… E é uma coisa óptima para a postura deles.Depara-se com frequência com barreiras arquitectónicas?Na estação de comboios de Azambuja já há elevadores, mas temos dificuldades quando nos deparamos com umas escadas grandes. Conheço uma rapariga que é cega e que há pouco tempo magoou a perna a entrar para o comboio porque o espaço até à plataforma é demasiado grande. Costuma reciclar?Tento. Tudo o que são revistas e papéis reciclo. Os vidros também. Mas o outro lixo doméstico às vezes escapa.O que faz à roupa que já não usa?Tenho sempre pessoas a quem dou. Encontra-se sempre gente com muitas dificuldades principalmente nas aldeias. Eu tenho uma amiga que me veste e que me calça. Está nos Estados Unidos da América e é de lá que vem quase a minha roupa toda. A que não serve dou um jeitinho de arranjar porque sou costureira…Lembra-se do primeiro dia de aulas?Foi em Manique do Intendente. Na escolinha da aldeia. Não me lembro muito bem… Sei que o meu primo me tinha oferecido um relógio e que andava ansiosa para ir para a escola para aprender a ver as horas… Mas era tudo muito diferente. Muito mais disciplina e um grande respeito pelos professores. Tem algum animal de estimação?Tenho um cãozinho com 13 ou 14 anos. A minha filhota é que está encarregada de tratar dele. Para ter também um pouco a noção de responsabilidade. Dá-lhe água e comida. É a obrigação dela. E uma viagem de sonho?Nesse aspecto não tenho grandes esperanças. Há 27 anos com a minha filha habituei-me muito a ela. Mas se pudéssemos ir juntas gostava que ela experimentasse andar de avião. Para ela chegaria Paris: a Eurodisney (sorrisos)…

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