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31 anos do jornal o Mirante

Cristina Cruz

Comerciante, 35 anos, Vila Franca de Xira

“A taxa de desemprego é grande e há dificuldades, mas as pessoas também não são capazes de ceder. Têm um estatuto e não querem sujar as mãos. Talvez um dia quando o país melhorar possam escolher. A minha tia está à procura de uma empregada de mesa para a marisqueira e ainda não arranjou. As pessoas não querem perder fins-de-semana, nem estão para trabalhar atrás de um balcão”.

É apreciadora de largadas de toiros?Adoro. Fui criada neste ambiente e tudo o que são cavalos, campinos e toiros gosto muito. Na Feira de Outubro fecho o estabelecimento porque não compensa abrir às 9h00 e fechar às 10h00, mas venho sempre por causa das esperas. Não é por aí que durmo mais um bocadinho (risos)Vai ao cinema com frequência?Não muito. O último filme que vi foi “Diamante de Sangue” em Lisboa. Em Vila Franca de Xira só fui ao cinema uma vez. Para ir ao cinema prefiro ir a Lisboa jantar num sítio que não conheça, ver outras caras e conhecer outras coisas. Provavelmente foi por isso que o cinema fechou em Vila Franca.É verdade. Também acho que sim. As pessoas tentam fugir um bocado ao dia a dia e acabam por não usufruir dos espaços que têm. Mas apesar de tudo foi uma perda para a cidade. Costuma reciclar?Em casa confesso que não. Aqui na loja o papelão e as garrafas vão para a reciclagem. Mas acho mal que quando os ecopontos estão cheios – e vejo porque estou mesmo aqui em frente – e nós deixamos os papelões ao lado do lixo o que faz com que tudo seja levado para o mesmo sítio. As pessoas fazem um esforço por fazer a selecção do lixo e eles próprios não a fazem.Faz as suas compras pelas marcas?Quando gosto de uma peça compro. Acabo por gostar mais de algumas marcas por causa do estilo de determinadas roupas. Não é por ser de marca. Tanto uso uma peça de um armazém qualquer como da Lacoste. Para as compras prefere o comércio tradicional ou as grandes superfícies?Prefiro o comércio tradicional. Compro muito em Vila Franca. Só não compro mais porque às vezes não há. E gosto muito de ir às lojas mesmo sem marca. Às vezes tenho que ir a Lisboa porque não tenho cá o que preciso, mas não é que goste muito de ir às compras à capital. Era capaz de emigrar?Está fora de questão. Era incapaz. Eu não conseguia viver longe da minha família, dos meus amigos, da minha casa. Do país em si. Não conseguia. Se tivesse que ser, enfim, não sou mais nem menos que os outros…Livro de cabeceira?Quando tinha a loja de roupa lia muito agora que mudei para o ramo das flores nem tanto. Tenho um livro há uma semana em casa e ainda não o consegui abrir. É a “Estrela de Joana” escrito por um investigador da Polícia Judiciária. Já chego cansada, tenho que fazer jantar e o tempo não é muito. Qual é a sua opinião sobre o caso Maddie?Não consigo acreditar que sejam os pais responsáveis pela morte da menina. Mesmo que tenha sido um acidente custa-me a acreditar que tenham feito um teatro à volta da morte de um filho. Existe muito desemprego ou as pessoas acomodam-se?A taxa de desemprego é grande e há dificuldades, mas as pessoas também não são capazes de ceder. Têm um estatuto e não querem sujar as mãos. Talvez um dia quando o país melhorar possam escolher. A minha tia está à procura de uma empregada de mesa para a marisqueira e ainda não arranjou. As pessoas não querem perder fins-de-semana, nem estão para trabalhar atrás de um balcão.

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