Defende a eutanásia e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Acredita na democracia como um meio e não um fim e considera que o Estado deve ser mais regulador e menos interventivo. André Soares, 24 anos, é a nova cara política de Tomar e mostra-se confiante que nas próximas eleições autárquicas a ideologia liberal social que abraçou irá ser uma alternativa viável para combater os “velhos do Restelo”.“A idade não é uma barreira mas uma vantagem” diz o futuro mestre da Psicologia Social e das Organizações quando se lhe pergunta se não é novo demais para concorrer a uma câmara municipal. Com 24 anos, André Soares acredita que pode fazer a diferença em Tomar, um concelho onde, diz, a população já deu mostras de estar cansada das mesmas caras e dos velhos problemas.Há cerca de um ano, meses depois de ter aderido ao Movimento Liberal Social em Portugal, o jovem estudante lançou um desafio às estruturas do movimento – apresentar uma lista candidata à Câmara de Tomar nas eleições autárquicas de 2009. Antes reuniu e compilou dados para que a sua “tese” vingasse. Tomar é um concelho com fortes potencialidades e novas acessibilidades que não estão a ser aproveitadas por quem está no poder. A habitação é das mais caras do distrito, o investimento empresarial é quase nulo, levando ao aumento do desemprego e a uma migração da juventude.“Diz-se muito mas faz-se pouco”, diz André Soares quando fala das (não) decisões de quem comanda politicamente o concelho. “A maioria social-democrata tem governado a seu bel-prazer porque não há uma oposição activa, que questione e pressione a maioria a pôr em prática uma efectiva política de desenvolvimento no concelho”.Apostando em três conceitos chave – desenvolvimento, sustentabilidade e qualidade de vida – o Movimento Liberal Social pretende, pela mão de André Soares, dar uma lufada de ar fresco ao concelho, sob a marca Tomar Viver. André acredita que há muitos munícipes no concelho que defendem a mesma ideologia liberal social, embora “ainda não o saibam”. O que tem a certeza é de que as pessoas estão, mais do que nunca, abertas a mudanças e a novas ideias para fazer rejuvenescer um concelho que há muito parou no tempo. “E isso vai provar-se em 2009”, garante confiante no sucesso da sua candidatura. Mesmo que, em Tomar, a adesão ao seu desafio não tenha até agora passado de uma mão cheia de pessoas. Mesmo que o Movimento Liberal Social se resuma, em Portugal, a pouco mais de uma centena de associados, muito longe das seis mil assinaturas necessárias para formar um novo partido.André Soares não desarma perante os números. “Vamos apresentar uma candidatura de cidadãos independentes. O que já não é novidade em Tomar. E até final do ano lançaremos no concelho uma campanha de angariação de membros”, reforça o jovem que, ainda de cueiros, se lembra de se escapulir de casa para assistir ao comício que Mário Soares dava na Alameda 1 de Março. “A política está-me no sangue. A minha mãe ainda hoje fala que quando eu era pequeno dizia que queria ser Presidente da República”.