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Relações azedam entre Moita Flores e presidentes de juntas de freguesia do PS

Protestos na última sessão da assembleia municipal vieram de Abitureiras e Alcanhões
As relações azedaram entre o presidente da Junta de Freguesia de Abitureiras, Ilídio Freire (PS), e a maioria social-democrata que gere a Câmara de Santarém. Esse facto ficou bem evidente na última sessão da assembleia municipal, quando o autarca de Abitureiras enumerou uma série de compromissos que terão sido assumidos pelo município e que não foram cumpridos.Entre outras questões, Ilídio Freire mencionou o apoio prometido em Dezembro de 5000 euros para compra de uma fotocopiadora, que até à data não chegou. Falou dos 500 euros mensais assumidos pela câmara para apoiar os transportes escolares assegurados pela junta que também nunca apareceram. Lembrou que a escola primária de Abitureiras é das poucas que ainda não foi contemplada com ar condicionado. Reclamou a construção de umas casas de banho no recinto de festas “e desde Março até hoje nada”. O vereador com o pelouro das freguesias, Ricardo Gonçalves (PSD), acusou o presidente de junta de “estar muito mal habituado” e que, perante a débil situação financeira que o município vive, há que definir prioridades. E gastar 50 mil euros na construção das casas de banho do recinto de festas “para utilizar uma vez por ano” não está no topo das prioridades. “A seu tempo lá chegaremos”, disse.Também o vice-presidente Ramiro Matos (PSD) respondeu a Ilídio Freire, reforçando a intervenção de Ricardo Gonçalves: “Muito mal vai se ainda não percebeu nesta altura do campeonato como se processam as transferências de dinheiro da Câmara de Santarém para as juntas de freguesia. Para que a câmara pague às juntas estas têm que apresentar documentos de despesa”.Ilídio Freire pediu direito de resposta para retorquir à letra: “Tenho lá uma factura de Dezembro de uma fotocopiadora e ainda não vi o dinheiro. Devo ser burro, com certeza. Não aceito isso que está a dizer”. Ramiro Matos devolveu os “mimos” dizendo que há dívidas na Câmara de Santarém que datam de 1999 e de “coisas mais importantes que uma fotocopiadora”.A palavra final ficou destinada ao presidente da câmara, Francisco Moita Flores (PSD), que também não poupou no tom e no conteúdo. “O presidente da Junta de Abitureiras reivindica um tratamento igual ao que estava habituado. Por mais que lhe custe e por mais que se envergonhe, envergonhe-se é da dívida da câmara e de que o senhor é um dos responsáveis e foi sempre cúmplice. A sua forma de gerir a junta de freguesia era privilegiada. Connosco não há privilegiados”.Os protestos de Alcanhões Na mesma sessão, Moita Flores criticou ainda em tom ríspido uma intervenção do presidente da Junta de Freguesia de Alcanhões, Luís Justino (PS), que acusou o município de não dar andamento à variante à EN 365 e à supressão das passagens de nível na Linha do Norte na Ribeira de Santarém e Assacaias. O autarca socialista afirmou que a câmara tem poder para fazer várias obras como “a praia dos tesos” da Ribeira de Santarém, os pórticos à entrada da cidade ou para dois festivais do Alviela e queixou-se por ver a sua freguesia “discriminada”.Moita Flores acusou-o de “falta de solidariedade” e de ir para a assembleia “fazer politiquice de megafone”. Negou que Alcanhões seja uma freguesia esquecida, aludiu à situação financeira da autarquia que não permite responder a todos os problemas e reconheceu que a questão da supressão das passagens de nível e da variante à EN 365 entronca na questão global do desvio da Linha do Norte. “Se a Refer decidir continuar a compensar o financiamento dessa estrada com certeza que vamos estar com eles nessa obra”. Mas não deixou compromissos a esse respeito, considerando “descabido neste momento discutir isso”.

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